‘Muita gente queria se jogar’, diz morador de prédio

O incêndio de grandes proporções que atingiu uma academia e um prédio residencial no centro de São Paulo na madrugada e manhã desta sexta-feira, 8, fez com que 405 moradores deixassem suas casas e causou momentos de pânico entre as vítimas. A presença de diversos estrangeiros no edifício dificultou a comunicação com os bombeiros e parte dos moradores achou que não conseguiria ser resgatada.

“Ao chegar lá embaixo, vimos que muita gente queria se jogar’, disse Wilkinson Santana, de 23 anos, que mora há 17 anos no prédio mais afetado. A construção, na esquina das Avenidas Rio Branco e Ipiranga, deve ficar interditada por ao menos uma semana, de acordo com a Defesa Civil. O fogo teria começado no prédio ao lado, comercial, numa academia localizada no térreo. Santana disse que os vizinhos tocaram as campainhas dos apartamentos e gritaram “fogo” pelos corredores. Ele só teve tempo de acordar os pais, pegar o cachorro Jhony e descer. O resto ficou para trás. “Você vê tudo que construiu a vida toda pegar fogo. Tragédia: é a única palavra que defini o que aconteceu”, lamentou.

O comerciante peruano Marco Antonio Ghuarancca, de 35 anos, também dormia quando as chamas começaram a se propagar. Ghuarancca e os três filhos foram acordados pela mulher, grávida de 8 meses, e só conseguiram descer as escadas até o térreo com a ajuda dos bombeiros. “As crianças estavam chorando. Tivemos muito medo”, afirmou ele, há apenas seis meses no apartamento.

Segundo os bombeiros, 250 portas tiveram de ser arrombadas para o acesso das equipes. Sem entender o que se passava, alguns moradores pensaram se tratar de um assalto e permaneceram trancados nos apartamentos. O coordenador da Defesa Civil municipal, Jair Paca de Lima, afirmou que o edifício interditado só será liberado após o proprietário pedir os reparos na edificação.

A fiação elétrica e os elevadores foram danificados, assim como as lajes do 6º, 7º e 8º andares. Na edificação ao lado, na esquina da Avenida Ipiranga com a Rua Boticário, os maiores danos foram na academia Smart Fit, que estava vazia. A unidade foi inaugurada nesta semana e a empresa estima um prejuízo de R$ 4 milhões.

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