MPF quer pena maior a oficiais acusados de sequestro

O Ministério Público Federal anunciou hoje que pedirá o aumento da sentença e a perda definitiva do cargo público dos dois bombeiros e do delegado aposentado que se passaram por policiais federais para tentar sequestrar um empresário em agosto de 2007, na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio. O trio foi condenado na semana passada pela Justiça Federal, mas o sargento Antônio Lázaro da Silva França ainda integra formalmente os quadros do Corpo de Bombeiros do Rio.

Outro condenado, o delegado aposentado da Polícia Federal Paulo Sérgio Cardoso de Figueiredo, está foragido desde que escapou em setembro de 2007 da carceragem da Polinter, em Campo Grande, na zona oeste do Rio, pouco mais de um mês após sua prisão.

A tentativa de sequestro, em 14 de agosto de 2007, foi flagrada com exclusividade pelo Estado – quando perceberam que eram fotografados, os criminosos desistiram de levar à força o empresário M.A.S. -, e as fotos ajudaram a Polícia nas investigações. Os bombeiros, que no dia do crime usavam camisas da PF e estavam armados, foram presos alguns dias depois. Na ocasião, o sargento e o cabo do Corpo de Bombeiros Tito Lívio de Paiva Franco, que também atuavam como informantes da Polícia em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, alegaram que “investigavam um crime de lavagem de dinheiro” e agiram daquela forma porque “eram patriotas”.

Na Justiça, a versão mudou. Eles disseram que foram induzidos a participar da operação pelo delegado aposentado, que fugiu sozinho com R$ 30 mil do empresário, roubados junto com o carro da vítima. Os dois bombeiros foram condenados a seis anos e dez meses de reclusão por tentativa de sequestro, roubo e uso indevido de símbolos federais. Réus primários, os dois têm direito a recorrer da sentença em liberdade.