MP pedirá a prisão de Pimenta Neves

A prisão do jornalista Antônio Marcos Pimenta Neves deverá ser pedida pelo Ministério Público ao Tribunal de Justiça de São Paulo, amanhã. Condenado sexta-feira a mais de 19 anos de prisão pelo assassinato da ex-namorada e também jornalista Sandra Gomide, Neves está recorrendo da sentença em liberdade.

Recorrer da sentença em liberdade tem sido uma decisão comum, segundo advogados. "Há jurisprudência clara no Supremo Tribunal Federal. Se o réu responde ao processo em liberdade, tem direito a apelar em liberdade, salvo motivo concreto para ser preso", afirmou o criminalista Luiz Flávio Gomes.

A informação é confirmada pelo criminalista Antonio Sérgio Moraes Pitombo. "A prisão na sentença é cautelar. Se o juiz não vê necessidade, não há razão para isso. É certo manter o réu solto."

A idade pode trazer benefícios a Pimenta, de 69 anos. A legislação prevê concessões como redução de pena e prisão domiciliar, em caso de doença grave, por exemplo, após os 70. Como o homicídio qualificado é crime hediondo, o jornalista ainda pode ser beneficiado pela nova lei que prevê mais flexibilidade para cumprir a pena. "Vai depender muito da decisão do juiz. Não é automático."

Outros casos

Também aguarda julgamento de recurso em liberdade o medalhista olímpico e mundial e campeão pan-americano Vicente Lenílson de Lima. Ele foi condenado a 6 anos por atentado violento ao pudor em fevereiro. O coronel Ubiratan Guimarães, que comandou a ação policial contra a rebelião na Casa de Detenção, em 1992, na qual 111 presos morreram, foi condenado em 2001 a 632 anos de prisão. Mas pôde apelar em liberdade. No novo julgamento, este ano, foi absolvido.

Condenado a 228 anos de prisão, pelo massacre de 19 sem terra de Eldorado do Carajás, o coronel Mário Colares Pantoja conseguiu o mesmo direito em setembro. O pagodeiro Marcelo Pires Vieira, o Belo, foi condenado a 6 anos em 2002 e obteve o benefício. Em 2003, a pena subiu para 8 anos, mas ele fugiu. Foi preso depois.

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