Ministro da Saúde vai ficar longe do papa

 Foto: Arquivo

Temporão: encontro cancelado.

Brasília – Diante do clima de crescente tensão com integrantes da igreja, fruto do debate sobre aborto, camisinha e educação sexual, o ministro José Gomes Temporão desistiu de acompanhar uma visita que o papa Bento XVI faria a um centro de tratamento em Guaratinguetá. O encontro, até segunda-feira, era dado como certo por funcionários do ministério. Com o aumento da polêmica e da troca de farpas com representantes da igreja, o ministro desistiu de acompanhar a visita. A atitude preservaria o ministro – e integrantes da Igreja – de novos constrangimentos

Oficialmente, assessores não admitem que este é o motivo de o ministro não acompanhar a visita. Eles dizem que o encontro não será realizado por questão de agenda. No sábado, Temporão embarca para uma viagem para Genebra, para participar da Assembléia Mundial de Saúde.

Ao longo dos últimos dias, houve uma troca pública de críticas entre o ministro e representantes da igreja. O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, d. Magela Agnello, afirmou que a educação sexual incentivava uma ?atitude que se aproxima do animal?. O ministro, por sua vez, terça-feira, afirmou que a igreja não tratava o tema do aborto com delicadeza e que a atitude de alguns de seus membros destoava do que Jesus havia ensinado.

Ontem, Temporão voltou a comentar a polêmica em torno da legalização do aborto no momento em que o papa Bento XVI visita o Brasil. O ministro da Saúde afirmou que ?não se pode querer prescrever dogmas e preceitos de uma determinada religião para o conjunto da sociedade?. ?No Brasil, o Estado e a igreja se separaram há séculos. Uma questão é que cada um possa se manifestar livremente sobre suas crenças, opiniões, suas filosofias. Outra coisa é a decisão do governo do Estado brasileiro, através do Congresso Nacional, em relação a essas questões?, afirmou o ministro, depois de participar de uma audiência pública na Subcomissão Permanente de Promoção, Acompanhamento e Defesa da Saúde, no Senado.

Voltar ao topo