São Paulo – O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, afirmou nesta segunda-feira (11) que o Brasil errou ao aceitar sem contestação as exigências impostas pela Europa para importar a carne bovina brasileira. De acordo com o ministro, o país aceitou a ?regra do jogo? e depois não teve condições de cumpri-la.
Segundo Stephanes, a Europa exigiu que no Brasil fossem implementadas regras similares às utilizadas na Europa para a produção de carne bovina.
?O erro do Brasil foi ter aceito sem discussão essa equivalência. Sabendo que o Brasil, pelo seu sistema de produção, tinha mais dificuldades de cumprir essas necessidades dentro do rigor em que elas foram colocadas?, disse Stephanes, após reunião com empresários do setor na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.
O ministro destacou que as normas exigidas são demasiadas para o Brasil, país que não tem registro em seu rebanho de doenças que podem ser fatais para humanos. ?Estão exigindo regras de rastreabilidade, que são as mesmas regras que se usam para a rastreabilidade da Vaca Louca, que é uma doença fatal. Nós não temos nenhuma doença fatal aqui, muito pelo contrário. A nossa única doença é a aftosa?, disse.
Apesar de discordar das regras impostas, o ministro disse que o país deverá primeiramente se adequar às novas normas e, depois, tentar alterá-las. ?A estratégia é relativamente simples. Nós vamos atender dentro do compromisso que nós assumimos. Vamos atender e, após isso, vamos discutir a simplificação dessas normas?, afirmou.
Stephanes considerou que ainda não é o momento de recorrer a organismos internacionais como a Organização Mundial do Comércio (OMC) para alcançar uma solução ao embargo europeu.
?No momento, nós estamos achando que, enquanto houver uma janela aberta, enquanto houver possibilidade de nós chegarmos a um acordo, mesmo que ele demore três, quatro, cinco ou seis meses, um ano, é mais importante do que nós entrarmos em uma demanda neste momento.?
No fim do mês de janeiro, a União Européia decidiu suspender a importação de carne bovina brasileira alegando insuficiência de garantias sanitárias e de qualidade dadas pelo Brasil.