Ministro afirma que governo está finalizando PAC da Saúde

Rio de Janeiro – O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, disse nesta segunda-feira (1º/10) que o governo federal está dando os últimos retoques no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) para a área da saúde.

?O PAC que estamos preparando vai significar uma expansão da rede da saúde, permitindo que todos os brasileiros tenham acesso a um bom padrão de atendimento, reduzindo desigualdades e produzindo o desenvolvimento econômico e a produção de empregos adicionais?, disse, durante a inauguração do centro de vacinas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Ele discursou antes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que participou do evento junto com o ministro de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias.

Segundo Temporão, um dos objetivos do PAC é dar autonomia à saúde no país. Com isso, acrescentou, o Brasil não ficará a mercê de acordos com outros países – muitas vezes, difíceis, ressaltou o ministro – ou dependendo de "sobras de produção" em outros mercados, como ocorreu este ano na importação de produtos relacionados ao sangue, chamados de hemoderivados.

?Precisamos passar a produzir aqui os insumos estratégicos para manter e dar sustentabilidade à nossa política de saúde. O PAC da Saúde será um programa único, que integre o econômico, o social e a inovação?.

Temporão defendeu o investimento na área como uma aposta no desenvolvimento econômico, na produção de riquezas, conhecimentos e empregos qualificados.

De acordo com ele, o mercado de saúde no Brasil significa hoje entre 8% e 10% do Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todas as riquezas produzidas no país).

Neste cálculo, o ministro inclui laboratórios, medicamentos, princípios ativos, vacinas, reagentes, equipamentos, material médico-hospitalar e hemoderivados, além dos mais de 70 mil estabelecimentos de saúde, como hospitais, clínicas, centros de saúde.?São 9 milhões de empregos, sendo 3 milhões diretos e 6 milhões indiretos. Só o mercado farmacêutico movimenta R$ 22 bilhões por ano no país. O mercado de equipamentos, R$ 8 bilhões, e o mercado de hemoderivados, vacinas e reagentes, R$ 2 bilhões. Se somarmos o que se gasta com serviços, seja em planos de saúde ou no SUS [Sistema Único de Saúde], são mais R$ 120 bilhões?.

Apesar dos números, o ministro disse que a balança comercial do setor ainda é desfavorável. ?Quando fazemos um balanço do volume de exportações da indústria da saúde e o volume de importações, o resultado será negativo em US$ 5 bilhões este ano. Há uma crescente dependência de tecnologias desenvolvidas no exterior, então, é fundamental uma estratégia de redução desta dependência?.

Nesse sentido, disse Temporão, o principal objetivo da nova fábrica de vacinas da Fiocruz é justamente a auto-suficiência na produção da vacina tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola), um processo iniciado em 2004.

As vacinas entram no mercado a partir de 2008 e 2009, quando devem ser entregues 66 milhões de doses para o programa nacional de imunizações. A previsão é alcançar 100 milhões de doses em 2010.

?O total deste investimento é de R$ 55 milhões. Com a produção local, todo o investimento realizado se paga até 2010. Além disso, estamos dotando o país de uma base avançada em biotecnologia, gerando empregos qualificados e reduzindo o déficit na balança comercial da saúde.?

Segundo Temporão, a nova fábrica também representa uma plataforma tecnológica que pode ser usada para desenvolver outras vacinas, contra rotavirus, varicela, hepatite A e até dengue.

?Essa iniciativa se insere na filosofia do PAC da Saúde do governo, porque articula crescimento com inovação. Insere a saúde como um dos pilares do desenvolvimento industrial do país, estimula a entrada de tecnologias do futuro e liga a política social com o desenvolvimento econômico.?

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