Minc diz que meta de Dilma é ‘improbabilíssima’

A briga no governo sobre as metas brasileiras para a Conferência do Clima, em Copenhague, na Dinamarca, está cada vez mais pública. Ontem, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, questionou os cenários de crescimento médio de 5% e 6% para os próximos dez anos defendidos pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para o cálculo das metas de redução de emissão de CO2 que serão apresentadas pelo governo brasileiro. “Números improbabilíssimos” e “altamente improváveis” foram as classificações dadas por Minc aos cenários pedidos pela ministra, pré-candidata do governo à Presidência da República, em 2010.

Há uma semana, em reunião entre ministros e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Minc apresentou um estudo do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e da Ciência e Tecnologia que previa redução de 40% na projeção das emissões que o Brasil teria em 2020. Seria essa a “meta ambiciosa” que o governo levaria para Copenhague como forma de pressionar os países desenvolvidos a melhorarem suas propostas. No entanto, o estudo leva em conta um cenário de crescimento médio de 4% ao ano nos próximos dez anos. Dilma achou pouco e exigiu análises com crescimento de 5% e 6% ao ano.

“A ministra Dilma nos pediu que fizéssemos cenários com crescimento de 5% e 6% ao ano e estamos trabalhando nisso”, disse Minc, para, em seguida, completar: “Nunca antes o Brasil cresceu 4% ao ano por dez anos seguidos. É uma hipótese já otimista dada pelos ministérios da Fazenda, do Planejamento e de Minas e Energia. Não fomos nós que criamos esse número.” Esse é mais um round de uma disputa recorrente entre o Meio Ambiente e a Casa Civil, iniciada ainda com a ministra Marina Silva (2003-2008).

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