Mendes volta a criticar “espetacularização” da PF

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, rechaçou as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo as quais a única forma de alguém evitar uma investigação da Polícia Federal (PF) é "andar na linha". Lula fazia referência ao sócio-fundador do Banco Opportunity, Daniel Dantas preso duas vezes na semana passada, em razão da Operação Satiagraha. "Eu tenho impressão que a Polícia Federal não tem essa missão na Constituição Brasileira", disse, há na tarde desta segunda-feira (14) em visita ao Grupo Estado, reiterando as críticas ao que classifica de "espetacularização" das prisões efetuadas nas operações deflagradas pela Polícia Federal. O ministro concedeu os dois habeas-corpus que libertaram Dantas das duas prisões efetuadas pela PF.

Em relação aos comentários do ministro da Justiça, Tarso Genro, que elogiou as ações da PF e disse haver preconceito de classe na discussão sobre o uso de algemas contra pessoas ricas, Mendes afirmou que o ministro "não tem competência para opinar sobre o assunto". "Não se trata de discutir se algemar é um abuso, mas se trata simplesmente de verificar se estão presentes os pressupostos de proporcionalidade para o uso da algema", afirmou.

"Estou convencido que a algema, e aqui não se fala em justiça de classes, pobres ou ricos, quando é dispensável, especialmente quando é destinada a expor o indivíduo a uma humilhação, realmente é indevida e, a rigor, incompatível com o Estado de Direito", disse o presidente do STF.

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