Médico adverte que Brasil pode ter mais casos de câncer de próstata

O Brasil pode ter mais casos de câncer de próstata do que mostram as estatísticas oficias, na opinião do presidente da Sociedade Brasileira de Urulogia, José Carlos de Almeida, em entrevista Rádio Nacional. O Instituto Nacional do Câncer estima que haverá 49.530 novos casos das doença neste ano, mas Almeida considera a quantidade subavaliada.

"Nos Estados Unidos, onde existe um controle muito grande da doença há cerca de 100 anos, com avaliação periódica ano a ano, são quase 150 mil novos casos por ano. O Brasil tem essa essa cifra de 49 mil, mas pode ser mais", disse. Segundo ele, existe um problema grave de notificação no país.

Durante dois dias reuniram-se em Brasília quase 60 profissionais médicos urologistas para discutir o assunto e elaborar um documento para ajudar a delinear a Política Nacional de Saúde do Homem, que deverá ser lançada em agosto pelo Ministério da Saúde.

Ao fazer um balanço da iniciativa, Almeida destacou a importância da urologia, por ser a especialidade médica mais procurada pelo homem, que busca tratamento para problemas de disfunção erétil e urinários. A sexualidade masculina, o câncer de pênis e outras doenças ligadas a áreas como a cardiologia, psiquiatria e gastroenterologia também estavam em pauta.

"Isso para melhorar a assistência em um país heterogêneo, com dificuldades materiais e humanas para fazer frente aos problemas enfrentados pelo homem brasileiro", disse.

Um dos grande problemas na detecção da câncer do próstata decorre de questões culturais, já que o homem brasileiro que tem preconceito e desconhece a importância do exame, chamado de toque retal. Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Urologia o exame é o mais importante, devido confiabilidade e ao baixo custo. Outro exame importante é teste do antígeno prostático (PSA) , feito em laboratório através da coleta de sangue, que deve estar associado ao toque retal.

"Há muito tabu e desinformação sobre o exame do toque retal. É um exame rápido e objetivo. O especialista quando toque a protáta ele sabe se existe um tumor nódulo endurecido e se é um câncer.", informou.

O médico alertou que quem teve pai ou irmão com a doença deve começar a fazer os exames anualmente a partir dos 40 anos. Caso não exista histórico familiar da doença, os exames podem ser iniciados aos 45 anos de idade.

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