Masp aceita abrir gestão ao poder público

A direção do Museu de Arte de São Paulo (Masp) publica anúncio pago em jornais do País hoje manifestando sua intenção de abrir a gestão para a participação do poder público (governos federal, estadual e municipal). A nota fala ainda em integrar ao seu conselho ?entidades e empresas privadas?, mas o museu vincula a abertura ao ?aporte regular de recursos financeiros?.

A nota, assinada por Julio Neves, presidente do museu, e Adib Jatene, presidente do seu conselho, diz ainda que se pretende ?desenvolver um modelo de gestão de museus privados que se torne referência?.

Para o secretário municipal de Cultura de São Paulo, Carlos Augusto Calil, se a diretoria do Masp estiver realmente disposta a promover uma mudança institucional, ?faz sentido? a participação do poder público. ?A atual situação é insustentável. O mundo mudou, e o Masp continua com seu modelo anacrônico de gestão?, afirmou Calil, que sugere que o Masp se transforme numa fundação ou numa Organização Social (OS). ?Acho que o museu está se dando conta de que não se trata de uma maré negativa, de uma sucessão de azares, mas de problemas estruturais. O problema do Masp não é o dr. Julio Neves, mas sua estrutura.

Ronaldo Bianchi, secretário-adjunto de Cultura do Estado, disse que a proposta de abertura da gestão é ?uma medida correta? e afirmou que um grande passo está sendo dado pelo museu. ?Só precisa esclarecer a forma como o sócio participa, quais são seus direitos, se pode pleitear cargo no conselho, como em toda sociedade civil. O direito de votar e ser votado?, disse Bianchi. ?União, Estado e Município tombaram o acervo do Masp. É obrigação do Estado zelar pelos bens tombados. Só esse fato já classifica as três esferas como pleiteantes de um cargo no conselho, para zelar pela administração desse acervo – e não só contrapartidas financeiras.

José do Nascimento Júnior, diretor do Departamento de Museus do Iphan, considerou também ?positiva? a manifestação. ?Mas o museu tem de abrir sua gestão não só pela questão financeira. Temos ações e uma política para museus que nos credenciam, independentemente de dinheiro ou não, a estar no conselho do Masp. Precisamos ver qual a proposta de gestão. Se o modelo atender aos interesses públicos, estamos dentro.

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