Mais denúncias complicam Serra

O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, não quis comentar as denúncias publicadas na edição do fim de semana pela revista IstoÉ. “Tudo que havia para falar já foi dito pelo Pimenta (numa referência à entrevista que Pimenta da Veiga, coordenador político de sua campanha, havia concedido, minutos antes, no hotel no qual o comando de campanha está reunido, em Embu das Artes)”, disse Serra, antes de deixar o hotel para gravar programa do horário partidário. O local da gravação não foi revelado e ele disse apenas que depois da gravação retornaria a Embu.

Na entrevista, o ex-ministro das Comunicações Pimenta da Veiga, contestou as informações publicadas pela IstoÉ e responsabilizou o pré-candidato da Frente Trabalhista à Presidência, Ciro Gomes, e o presidente da CPI do Banespa, deputado Luiz Antonio Fleury Filho, que segundo ele “é o autor de parte das informa-ções da revista”.

A reportagem da IstoÉ diz que um ex-sócio do senador José Serra, Vladimir Antonio Rioli, teria facilitado operação irregular de repatriamento de US$ 3 milhões originários das Ilhas Caimã. Rioli era vice-presidente de operações do Banespa e foi sócio de Serra na Consultoria Econômica e Financeira.

Campanha

Segundo Pimenta, as informações da revista são uma nítida tentativa de ligar um fato verdadeiro (a sociedade entre Serra e Rioli) e extrapolar para relações negativas. O ex-ministro disse que Rioli ainda mantém rela-ções de amizade com Serra, mas garantiu que não há nenhum fato que possa ligar o candidato do PSDB aos episódios citados pela revista. O ex-ministro das Comunicações afirmou que há uma campanha denuncista forte contra Serra, mas esses episódios “poderão no máximo tomar algum tempo”.

Pimenta acredita que a série de denúncias, que inclui ainda o suposto pagamento de propina no processo de privatização da Vale do Rio Doce, envolvendo o ex-arrecadador de campanha e ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio Oliveira, não vai atrapalhar a campanha do pré-candidato tucano. De acordo com Pimenta, o deputado Fleury “montou essa matéria para servir a Ciro, que aliás já disse que Fleury era um aborto da natureza”.

Além de responsabilizar Ciro e Fleury, o ex-ministro das Comunicações defendeu a apuração das denúncias e destacou que não houve “operação abafa” do governo, na tentativa de evitar o depoimento de Ricardo Sérgio, que estava marcado para quarta-feira para a CPI do Banespa. “Todos os fatos devem ser apurados. O que não queremos é que se crie na campanha essa onda de denuncismo.” Ele defendeu, ainda, que Ricardo Sérgio vá a público responder todas as pendências, mas disse que não cabe ao PSDB interferir neste processo.

AE – São Paulo

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