Lula diz que Argentina “pode e deve” participar do pré-sal

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje, em discurso no Palácio do Itamaraty, que “a Argentina pode e deve participar da construção da grande infra-estrutura, necessária à exploração do petróleo brasileiro, na camada do pré-sal”. Ele discursou em almoço oferecido pelo governo brasileiro à presidente da Argentina, Cristina Kirchner, em visita oficial ao País.

Lula anunciou que vai acelerar a construção da hidrelétrica de Garabi, de interesse dos argentinos “para garantir nossa segurança energética”, e intensificar a “cooperação ambiciosa”, em matéria nuclear. O presidente disse que além dos 30 projetos conjuntos com a Argentina para uso pacífico de energia nuclear, decidiu avançar nas discussões para a constituição da empresa binacional de enriquecimento de urânio.

No campo da defesa, Lula disse que espera iniciar em 2009 a produção do veículo militar “Gaúcho” e que estão igualmente avançados os entendimentos para que a fábrica militar de Córdoba forme parceria com a fabricante brasileira Embraer na produção de aviões.

“O nosso intercâmbio comercial no ano é de US$ 30 bilhões, 10 vezes mais do que uma década atrás. Estamos nos libertando da pesada herança de estagnação econômica, desigualdade social, ceticismo político e renúncia de soberania, com a consolidação de democracias comprometidas com o desenvolvimento e Justiça para todos em um continente de paz e prosperidade”, concluiu.

Comércio exterior

Lula disse também que, com o funcionamento do sistema de pagamento em moeda local a partir de outubro, será dado o passo inicial para uma futura integração monetária regional. Com isso, afirmou, logo será possível ver os primeiros resultados na forma de queda dos custos de exportação e importação, sobretudo para as pequenas e médias empresas.

Lula disse que é fundamental eliminar distorções e barreiras ao comércio internacional e que está empenhado para concluir a Rodada Doha de comércio multilateral, da Organização Mundial de Comércio (OMC).

Ele defendeu, também, que é fundamental o Mercosul falar uma só voz. “Não devemos temer divergências. Elas serão sempre menores do que o que temos em comum. Insisto que a resposta para os problemas do Mercosul é mais Mercosul”, afirmou. “Vamos redobrar esforços para concluir um acordo com a União Européia e aprofundar discussões com outros agrupamentos de importância estratégica”, afirmou.