Lula compara FHC a “vendaval que deu na Ásia”

São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que a situação em que pegou o País, no início de seu mandato, era como o "vendaval que deu na Ásia". Lula fazia uma provável alusão às ondas gigantes (tsunami) que atingiram países no Sudeste asiático no dia 26 de dezembro do ano passado. Mais de 280 mil pessoas morreram naquela região.

Durante discurso para cerca de 200 moradores da periferia de Guarulhos, onde visitava um conjunto habitacional que será entregue à população no mês que vem, o presidente disse que o governo está entrando agora no segundo tempo. "É como se fosse um jogo de futebol. Terminou meio tempo, fomos para o vestiário, que é o Natal, e agora começa o segundo tempo, muito mais promissor do que o primeiro tempo. Nós sofremos muito em 2003, vocês acompanharam o sofrimento, porque peguei uma casa depois de um vendaval, como aquele que deu na Ásia." O fenômeno, na verdade, foi provocado pelo deslocamento de placas tectônicas e não por ventos fortes.

O presidente afirmou, no entanto, que em 2004 o governo conseguiu colher bons resultados. "2004 já foi um ano em que a economia cresceu 5%, já geramos dois milhões de empregos com carteira profissional assinada, fizemos o maior programa de agricultura familiar e dobramos o dinheiro do Pronaf", disse Lula, ao participar da cerimônia de assinatura, pela Caixa Econômica Federal, de contrato de financiamento de novas unidades habitacionais em Guarulhos (SP).

Lula disse ainda que 2005 será um ano "extraordinário" para o desenvolvimento do País. Por isso, ao discursar, ele cobrou mais otimismo por parte da população. "De vez em quando aparece um ou outro pessimista, porque sempre tem pessimista. Tem gente que vai ao campo, o time está ganhando de 5 a 1 e ele ainda fica com medo. Eu digo sempre o seguinte: não há porque a gente não fazer mais e melhor do que já foi feito neste País".

Lula afirmou ainda que é preciso haver mais "seriedade" no cadastramento do Bolsa-Família, o principal programa social do governo. Ele agradeceu o "alerta" que a imprensa faz ao governo ao demonstrar irregularidades na inscrição do projeto. Ele afirmou que embora as reportagens o deixem "chateado" e "zangado" de vez em quando, a imprensa "está fazendo o seu papel".

O presidente participou da cerimônia de entrega de 10 mil cartões do Bolsa-Família em Guarulhos, na Grande São Paulo. Ele discursou para cerca de cinco mil pessoas cadastradas no programa."Agradeço o comportamento da imprensa brasileira que, de vez em quando, demonstra que há uma pessoa inscrita no programa que não deveria estar inscrita", disse Lula.

Desde o ano passado, a imprensa vem publicando reportagens mostrando irregularidades no programa. A última delas ocorreu em cidades de Alagoas "Muitas vezes nós ficamos zangados e chateados, mas penso que a imprensa está cumprindo o seu papel de informar à sociedade e alertar o governo", decretou o presidente.

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