Lula chama Exército para tocar obras

Durante visita às obras de duplicação e restauração da BR-101 Nordeste no Rio Grande do Norte, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou as empresas que atrasam a recuperação das rodovias ao brigar na Justiça, contestando o resultado de licitações ou a divisão do trabalho. Lula lembrou que o Exército iniciou as obras na BR-101 Nordeste porque as empreiteiras não chegavam a um acordo.

"Se vocês (empresas) querem ficar brigando na Justiça, vocês fiquem brigando. Nós vamos utilizar o Exército e vamos começar a fazer essa obra", disse o presidente, que também visitou ontem obras de recuperação da rodovia na Paraíba e em Pernambuco. "Se o Exército estiver terminando essa obra e as empresas não pararem de brigar, nós vamos dar outros trechos para o Exército."

Na primeira fase da obra na BR-101, os engenheiros do Exército vão recuperar 142,5 quilômetros, com investimento de R$ 521,8 milhões. No total, o projeto prevê a recuperação de 336 quilômetros de Natal (RN) até Palmares (PE). O custo total estimado é de R$ 1,51 bilhão. As obras não fazem parte do programa emergencial do governo federal, iniciado na primeira semana de janeiro.

Não pára

Sobre as críticas às suas viagens em ano eleitoral, Lula disse que "estamos viajando e vamos continuar viajando muito mais, porque esse é o papel do presidente da República". Segundo Lula, o presidente "não pode parar por causa de um ano eleitoral". De manhã, durante o programa semanal de rádio Café com o Presidente, Lula afirmou que "entre não fazer e ser criticado e fazer e ser criticado, eu prefiro fazer".

"Tenho que governar o Brasil até o dia 31 de dezembro de 2006. Eu não sei se os críticos gostariam que eu ficasse trancado dentro do Palácio do Planalto. Talvez eles queiram que eu fique trancado lá, para eles poderem andar sozinhos. Como eu tenho a responsabilidade de governar, eu sou obrigado a andar pelo Brasil para fiscalizar as coisas que estamos fazendo", disse Lula.

Ele repetiu as respostas que deu no rádio às críticas de que o programa de recuperação das estradas do governo federal tem caráter eleitoral. "Se você não faz, vira campanha do adversário. Se você faz, diz que é campanha sua. Entre não fazer e fazer, eu prefiro ser criticado fazendo, porque pelo menos o povo sofre menos."

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