Lobista da Mendes Júnior confirma versão de Renan Calheiros em depoimento

O lobista da empreiteira Mendes Júnior, Cláudio Gontijo, ouvido nesta terça-feira (5) pelo corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), confirmou o discurso que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), fez em sua própria defesa, para rebater acusações de ter despesas pessoais pagas por uma empreiteira. O advogado de Gontijo divulgou uma nota em que sustenta a amizade de 20 anos entre o senador e o lobista e confirma que foi Renan quem pagou "as prestações alimentícias devidas à criança, de forma espontânea, exclusiva e sem a mínima participação da construtora onde Gontijo trabalha há mais de 15 anos".

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado reúne-se amanhã para tratar da representação do PSOL contra Renan, mas nada será decidido nesta quarta-feira. Tuma quer apresentar aos conselheiros todos os dados colhidos em suas investigação preliminar, o que inclui o depoimento de Gontijo. A nota foi assinada por Segismundo Gontijo, advogado e irmão mais velho do lobista que se negou a dar entrevista, alegando dificuldades para falar devido a uma cirurgia bucal. Cláudio disse apenas que estava calmo e que partiria em seguida para Belo Horizonte.

Por meio de seu advogado, que o ajudou a redigir a nota, ele reiterou que "faria tudo de novo com tranqüilidade e que continuará fiel às suas amizades". O texto acrescenta que Renan "assumiu espontaneamente a paternidade de sua filha" e que ele, Gontijo, era o "canal de comunicação" entre o senador e a jornalista Mônica Veloso, "com quem conversou amistosamente por várias vezes". Informa, ainda, que o "canal só foi interrompido por determinação do advogado da jornalista", depois de aberto o processo para reconhecimento de paternidade.

Pagamentos

Tuma relatou que era Gontijo quem entregava os pagamentos à jornalista em dinheiro vivo, algumas vezes em seu escritório de trabalho, na construtora Mendes Júnior. Mas deixou claro que seus chefes e diretores da empresa jamais tomaram conhecimento deste caso, sempre mantido em segredo. Ele disse que também fez depósitos em uma conta da jornalista no Unibanco, sempre em dinheiro e por volta do dia 5 de cada mês. Houve uma única exceção, em que parte dos R$ 12 mil pagos mensalmente foi depositada em cheque na conta bancária dela.

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