Juiz aceita denúncia contra o colombiano e envolvidos na Operação Farrapos

A denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o colombiano Juan Carlos Ramirez Abadia e outros 15 acusados de envolvimento em organização criminosa pela Operação Farrapos foi aceita esta semana pelo juiz Fausto Martin de Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo.

De acordo com a denúncia, Abadia lidera a organização criminosa e cometeu vários crimes no Brasil, como lavagem de valores e crimes contra a fé pública. Segundo a decisão de Sanctis, há ?indícios suficientes? de que outros denunciados cometeram crimes de formação de quadrilha ou bando, corrupção ativa, corrupção passiva e falsificação de documentos, entre outros.

Além do colombiano, foi aceita a denúncia contra Yessica Paola Rojas Morales; André Luiz Telles Barcellos; André Mostardeiro Barcellos; Daniel Bras Maróstica; Ana Maria Stein; Vitor Garcia Verano; Aline Nunes Prado; César Daniel Amarilla; Henry Edval Lagos; Victor Manuel Moreno Ibarra; Jaime Hernando Martinez Verano; Eliseo Almeida Machado; Antônio Marcos Ayres Fonseca; Angelo Reinaldo Fernandes Cassol; e Adilson Soares da Silva.

Segundo informações do MPF, as datas dos interrogatórios com os denunciados não foram divulgadas para ?resguardar o sigilo necessário à segurança da concretização dos atos processuais?.

O juiz determinou a venda antecipada dos bens imóveis e automóveis apreendidos pela operação, conforme prevêem os Códigos de Processo Penal e Civil brasileiros. Os bens serão leiloados de forma tradicional e por meio eletrônico, a ser realizado pelo Instituto Nacional da Qualidade Judiciária (INQJ). Sanctis decretou o sigilo de toda documentação apreendida na Operação Farrapos, desencadeada em seis estados pela Polícia Federal (PF) em 7 de agosto.

Abadia, considerado chefe do cartel Vale do Norte, na Colômbia, e um dos traficantes mais procurados do mundo pela agência antidrogas dos EUA, tem uma fortuna avaliada em US$ 1,8 bilhão, segundo o Departamento de Estado norte-americano. Foi preso em Aldeia da Serra, na região metropolitana de São Paulo, durante a ação da PF. Pela operação, vários mandados de prisão e ordem de busca e apreensão foram realizados com o objetivo de desmontar organização internacional dedicada ao tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

A Polícia Federal informou que investigava havia dois anos e meio um esquema criminoso em que os traficantes colombianos transportavam grandes quantidades de entorpecentes para a Europa e os EUA e investiam nos ramos imobiliário e industrial, e na compra de automóveis, para lavar o dinheiro.

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