Incêndio destrói favela em São Paulo

São Paulo – Um incêndio de grandes proporções destruiu ontem cerca de 60 casas na favela da Rocinha, na zona sul de São Paulo, e só não causou estragos maiores porque o Corpo de Bombeiros agiu rápido e conseguiu controlar o fogo. Ainda assim, quatro pessoas ficaram feridas, sem gravidade. Uma delas quebrou a perna no meio do tumulto. A favela fica na Avenida Água Espraiada e tem cerca de 300 casas e 3 mil moradores, de acordo com os bombeiros. A causa do incêndio ainda não foi determinada, mas moradores afirmaram que o fogo teve início na residência de Maria de Lurdes Gomes Soares, 46, pouco antes das 12 horas. A mulher admitiu que o incêndio pudesse ter começado no local.

Segundo Maria, houve um curto-circuito dentro de sua casa, dando início ao fogo. Os vizinhos afirmaram que a moradora cozinha com álcool, o que teria propiciado o incêndio. Ela negou essa versão e disse ter comprado um fogão há cerca de um mês. Nem todas as casas atingidas pelo fogo eram de madeira. Mas a maioria dos telhados eram feitos do material, o que ajudou o incêndio a se espalhar. Com o fogo ameaçando toda a favela, foi necessária a intervenção rápida do Corpo de Bombeiros, que mobilizou 60 homens e 20 viaturas para controlar o incêndio.

Assistentes sociais da Prefeitura de São Paulo também foram ao local para fazer cadastro dos desabrigados. A idéia era providenciar o chamado “acolhimento solidário”, abrigando-os em casas de vizinhos e parentes. No entanto, eles tiveram dificuldades porque os próprios moradores não queriam deixar a favela porque temiam perder o terreno. A doméstica Judite Jesus Santos, 44, uma das desabrigadas, afirmou que ela e a família perderam tudo no incêndio. Ela morava no local com o marido, dois filhos e o irmão. “Só deu tempo de pegar o microondas e a carteira”, afirmou. A geladeira, a TV e o celular que ainda não estava pago foram completamente destruídos. Judite diz morar no local há cerca de 12 anos, desde o início da favela. Problema semelhantes afetaram outras famílias.

No momento do incêndio, as crianças estavam começando a voltar para casa. Sem almoço, a solução foi improvisar refeições com a ajuda da escola que fica na região. Percebendo o drama das crianças da favela da Rocinha, a diretora do colégio Ministro Calógeras, Elizabeth Bonifácio, pegou os suprimentos que havia na cantina de sua escola e entregou para as crianças.

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