As exportações e as importações bateram recorde para meses de fevereiro e também para o acumulado do primeiro bimestre. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (3) e pelo secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral. Segundo ele, deve ser mantida a tendência de um aumento maior das importações do que das exportações ao longo do ano. No mês passado, as exportações somaram US$ 12,8 bilhões e as importações, US$ 11,918 bilhões.
Ele explicou que o déficit da balança comercial de US$ 94 milhões na quinta semana de fevereiro ocorreu em função da grande concentração de importações de produtos básicos, principalmente petróleo e óleo diesel, que tiveram uma elevação nos preços. Também ocorreu um aumento das compras internacionais de minério de cobre e carvão. Por outro lado, disse o secretário houve uma queda nas exportações na quinta semana do mês passado de petróleo, minério de ferro e semimanufaturados de ferro e aço. O secretário informou que foram destaque nas importações do mês de fevereiro enxofre, carvão, óleo diesel, trigo, cátodos de cobre, minério de cobre, bacalhau, borracha natural, automóveis, gás natural e petróleo.
O secretário destacou ainda o aumento das importações de bens de capital (máquinas e equipamentos), de 58,1% em relação a fevereiro de 2007. As compras de maquinário industrial subiram 84%. Matérias-primas intermediárias tiveram alta de 53,9%, puxadas pelas importações de trigo da Argentina que estavam represadas pelo embargo do governo argentino no final do ano passado. As importações de bens de consumo avançaram 43,2% sobre fevereiro de 2007, com destaque para as compras de automóveis, que dispararam 93,5%.
Barral estima que as importações continuarão crescendo puxadas pelo crescimento da demanda interna e a renovação do parque industrial. "Na medida em que algumas empresas adotam uma prática agressiva de exportação, elas vão buscar insumos mais baratos no mercado internacional", argumentou.
Ele também lembrou que a retomada de alguns setores da indústria naval vai levar ao aumento da importação de aço. "Além do aumento das exportações, que leva ao aumento das importações, tem o crescimento do consumo interno, que também tem sido abastecido por importações. Há uma demanda interna forte em todos os setores, principalmente no industrial", afirmou o secretário, lembrando que ainda há o dólar barato que favorece as importações.