IBGE: ricos gastam 10 vezes mais que pobres

O gasto por pessoa das famílias entre as 10% mais ricas do Brasil corresponde a 10,1 vezes a despesa per capita das famílias na faixa das 40% mais pobres, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou hoje indicadores selecionados baseados na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2002-2003. Em preços de janeiro de 2003, o valor de rendimento mensal familiar das 40% mais pobres é de até R$ 758,25 e o dos 10% mais ricos é igual ou maior que R$ 3.875 78. Enquanto o gasto per capita médio na faixa mais pobre é de R$ 179,44, a da mais rica é de R$ 1.814,61. A maior desigualdade por essa medida está em Alagoas, onde a relação entre as despesas per capita das duas faixas comparadas chega a 15,6 e a menor está no Amapá, com 5,3.

As informações divulgadas hoje pelo IBGE também indicam que há desperdício de alimentos por um lado e falta por outro. Os sinais de desperdício aparecem em relação à aquisição média de alimentos por pessoas que moram sozinhas. Em 2003, elas adquiriram em média, cada uma, 560,68 quilos de comida, o que corresponde a 1,54 quilo de comida por dia. A média de compra de alimentos per capita por casais com filhos foi de 324,53 quilos e as mulheres sem cônjuge e com filhos compraram em média de 309 4 quilos de alimentos. A média de compra de alimentos per capita por casais com filhos foi de 324,53 quilos e as mulheres sem cônjuge e com filhos compraram em média 309,4 quilos de alimentos.

Os dados divulgados hoje pelo IBGE reforçam fatos já conhecidos, sempre em termos de média para o Brasil. As mulheres ganham menos que os homens. Os brancos têm renda maior que os pretos e pardos. As pessoas que estudaram mais tempo conseguem rendimentos maiores. Os empregadores e funcionários públicos recebem mais que os trabalhadores do setor privado. Isso vale também na comparação entre as famílias, de acordo com o sexo, a cor, o nível de estudo e a posição na ocupação da pessoa de referência da família. Os cortes feitos pelo IBGE também confirmam que quem ganha mais diversifica mais suas despesas.

Curso superior

As famílias que contam com um integrante com curso superior ganham em média mais que o triplo das famílias que não têm ninguém com esse nível de estudo, mostra pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar disso, a educação representa apenas 3,3% das despesas totais médias das famílias brasileiras, atrás até dos impostos sobre propriedade e renda (4,4%). As despesas com educação pesam bem menos no total dos gastos das famílias que as principais parcelas, que são habitação (29%), alimentação (16,9%) e transportes (15,1%).

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