Guilherme dirigia bêbado, diz testemunha

O delegado titular do 4º Distrito Policial de Marília (450 quilômetros de São Paulo), Wilson Carlos Frazão, ouviu hoje duas das mulheres que estavam no automóvel BMW do jogador Guilherme, do Corinthians, no sábado passado, quando aconteceu o acidente que matou duas pessoas na rodovia SP-333 (Marília-Assis). 

O delegado afirmou que o depoimento é sigiloso, mas disse que elas confirmaram que estavam dentro do carro e que havia ainda mais duas outras mulheres com os três rapazes (Guilherme, que dirigia o carro e os amigos Fabiano Travain Pardo, Henrique Giglioli e Júlio Cesar Zílio). As duas mulheres (Giseli, de 21 anos e uma costureira de 23 anos), que não quiseram revelar os nomes, foram ao Distrito Policial acompanhadas dos advogados Wilson de Mello Cappia e João Simão Neto.

Na saída, elas falaram pouco, mas garantiram que Guilherme e os amigos estavam ?bêbados?. Elas tiveram o primeiro contato com eles fora da casa noturna em que ?trabalham?, garantiu Giseli, num bar chamado Conexão, por volta das 3 horas da manhã. Depois foram para a casa noturna que fica na saída para Assis para pegar uma garrafa de uísque e os rapazes chamaram as moças para um ?programa? fora de lá. Já era por volta de 5 horas da manhã de sábado. Todos tinham bebido cerveja e uísque a noite toda, segundo as mulheres. Logo depois saíram e assim que Guilherme adentrou a rodovia, já foi para a contra-mão de direção e bateu de frente com o Escort, que era dirigido por Marcelo Aparecido de Souza e que ia para um casamento no Paraná junto com a sogra, Maria Benedita Fossaluza (morreu junto com ele no acidente) e a esposa, Rosilene Fossaluza de Souza, que continua internada no Hospital das Clínicas de Marília, depois de ter retirado um baço e parte do fígado.

Uma das mulheres de prestaram depoimento hoje afirmaram que logo que saíram do carro ficaram no local, enquanto Guilherme fazia algumas ligações pelo telefone celular. ?Ele estava apavorado, dizendo que está noivo e que isso ia dar a maior confusão para ele?, disse uma das mulheres. Meia hora depois chegou um carro (Gol de cor escura) e as levou embora.  Guilherme, segundo testemunhas, deixou o local logo depois em outro carro que veio buscá-lo.

Uma outra mulher envolvida no acidente, conhecida por Lisa, está com um hematoma no lado do corpo, por causa do acidente e deverá ser ouvida amanhã pelo delegado Wilson Frazão.

GEOVANA – A filha do motorista do Escort, Marcelo Aparecido de Souza, Geovana, de apenas 5 anos, está ficando na casa da prima dela, Renata Martins, já que o pai morreu e a mãe continua internada. Renata diz que a menina está chocada e agressiva, precisando de acompanhamento médico e psicológico.   Geovana estava na van com familiares que iam para o casamento no Paraná, logo atrás do Escort. Ela viu a mãe sendo socorrida na maca dos bombeiros e o pai e a avó sendo colocados em sacos pretos pelos agentes funerários, disse Renata Martins. ?A Geovana chama pelo pai e pela mãe todos os dias. No domingo nós fomos ao shopping para tentar distrai-la e assim que ela viu um homem com a camisa do Corinthians falou: olha o assassino?, contou Renata.

Indignada, ela espera que ?a justiça seja feita, porque a Rosilene está internada e não sabe como será a vida dela daqui para frente e ainda tem que criar a Geovana?.

Voltar ao topo