Greve de fiscais ameaça parar comércio exterior

A greve dos auditores fiscais da Receita Federal, que neste sábado (5) completa 19 dias, ameaça provocar um colapso nos principais portos e aeroportos do País, além de estrangular a produção de uma série de indústrias. Só no Porto de Santos, o maior da América Latina, 90% dos terminais estão com áreas comprometidas com a armazenagem de cargas retidas.

Se a paralisação continuar por mais uma semana, não haverá espaço para descarregar os navios, diz o Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp). Segundo fontes do setor, nos últimos dias alguns terminais enviaram comunicado para os armadores explicando o problema e alertando para possíveis transtornos. As empresas, porém, preferem não aparecer com medo de represálias.

A situação é semelhante em aeroportos, como o de Cumbica, na capital, e Viracopos, em Campinas, onde as filas de caminhões já imitam a dos portos. Segundo o presidente do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo (Sindasp), Valdir Santos, a situação está complicada e pode piorar se técnicos do Tesouro Nacional também entrarem em greve.

Pelos cálculos do Centro de Logística da Coppead/UFRJ, o custo de 19 dias de greve dos auditores fiscais é de US$ 38 milhões. ?Esse é o custo de oportunidades, da mercadoria parada no porto ou aeroporto?, afirma o professor da instituição Paulo Fleury. O prejuízo não leva em conta os transtornos vividos pelas empresas.

Liminares

Na Zona Franca de Manaus, sete indústrias da área de eletroeletrônicos, celulares e bicicletas pararam suas linhas de produção e deram folgas remuneradas para 7 mil funcionários. ?Quem paga a conta é a sociedade, pois os auditores não vão perder seus salários?, desabafa o presidente do Sindicato das Indústrias de Aparelhos Eletroeletrônicos e Similares de Manaus, Wilson Perico.

A entidade conseguiu liminar para que as mercadorias sejam liberadas, mas afirmou que a determinação não está sendo atendida. O Centro das Indústrias do Estado de São Paulo também está amparado por liminares. Até ontem, 750 empresas pediram cópia da decisão para tentar liberar suas compras. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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