Governo tem primeira derrota na reforma

Brasilia – O governo sofreu ontem sua primeira derrota na Comissão Especial da Câmara que analisa a reforma da Previdência. Foi aprovado requerimento, por 15 votos a favor, 14 contra e uma abstenção, para que os integrantes da Comissão façam audiências públicas nas assembléias legislativas de cinco Estados – Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Bahia – para discutir a reforma com os funcionários públicos. A derrota não deverá, no entanto, atrasar o calendário de votação da reforma da Previdência. Mas, expõe a fragilidade da base de apoio ao Palácio do Planalto.

O governo se mobilizou contra o requerimento, mas a oposição foi vitoriosa com a adesão de quatro deputados da base aliada e a ausência de parlamentares do PMDB. “Não foi cochilo do governo porque ele estava atento. O problema é que o governo não conseguiu mobilizar sua base”, disse o presidente da Comissão Especial, deputado Roberto Brant (PFL-MG).

Os líderes aliados tentaram minimizar a derrota. Alegaram que as audiências públicas nos Estados serão feitas às segundas-feiras e sextas-feiras, dias em que a Comissão Especial não funciona em Brasília. Mas a palavra final sobre a realização dessas audiências será dada pelo presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha (PT-SP).

Audiências

O líder do governo na Câmara, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), argumentou ainda que as audiências serão automaticamente suspensas no momento em que o relator da reforma, deputado José Pimentel (PT-CE), apresentar seu parecer sobre a Previdência. “Essa foi uma votação secundária”, justificou Rebelo. “Derrota sobre audiência pública não tem problema”, afirmou o presidente do PT, José Genoíno.

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