Governo não fará nova proposta aos auditores, diz Bernardo

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, informou na tarde desta terça-feira (6) que fez um apelo aos auditores fiscais para que voltem ao trabalho. Em reunião nesta terça-feira (6) com o comando de greve, o ministro avisou, segundo seu relato posterior à imprensa, que o governo chegou ao limite do que poderia oferecer em termos econômicos, mas concorda continuar negociando os critérios de avaliação e promoção na carreira. "Manter a greve, esperando que nós tenhamos condições de melhorar a proposta, é penalizar a sociedade", afirmou o ministro, lembrando dos problemas enfrentados nas fronteiras e na liberação de cargas nos portos e aeroportos.

Bernardo disse que assumiu o compromisso de dialogar com a categoria, a qualquer momento, mas não deu garantias de que poderia melhorar a proposta financeira. "Eu expliquei claramente que chegamos no limite", disse o ministro.

O presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco), Pedro Delarue, disse após a reunião com Bernardo que o comando de greve deve formular esta tarde um indicativo que será apresentado para votação da assembléia nacional na quinta-feira (8). "O ministro afirmou que a distensão poderá vir com a decisão da classe de suspender o movimento. Nós acreditamos na força do diálogo e que pode haver avanço com boa vontade da categoria", disse ele, após o encontro.

Delarue, no entanto, frisou que não está afirmando que haverá uma recomendação para a suspensão da greve. Admitiu, porém, que a conversa com o ministro foi importante. "Não tínhamos conversado com o ministro. O posicionamento do governo, pelo ministro, é muito importante", disse. Delarue explicou que a categoria insistirá para aumentar a proposta salarial e reduzir o cronograma de aplicação dos reajustes.

Reajuste

A proposta do governo é a de conceder aos auditores fiscais reajuste salarial de 24% em julho deste ano, de 9% em julho de 2009 e de 5% em julho de 2010. Atualmente, a remuneração inicial de um auditor da Receita é de R$ 10 mil, e o salário-teto é de 13,3 mil. Caso eles aceitem a proposta do governo, o salário inicial da categoria passará, em 2010, para R$ 14 mil, e o salário mais alto, para R$ 19 mil.

Corte

Bernardo afirmou também que já está decidido pelo governo o corte no salário correspondente aos dias parados. Segundo ele, em reunião na segunda-feira (5) com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, foram identificados 3.800 servidores que faltaram ao trabalho. Paulo Bernardo disse que o desconto deve ocorrer na folha de pagamento de maio, exceto para os advogados da Advocacia-Geral da União (AGU). Eles voltaram ao trabalho no dia da decisão do Supremo Tribunal Federal, que concedeu liminar ao governo, autorizando o corte dos dias parados.

Voltar ao topo