Governo articula para adiar votação da CPMF

Diante da constatação de que ainda não tem os votos suficientes para aprovar no Senado a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2011, o Palácio do Planalto acionou ontem seus operadores políticos na Casa a fim de adiar a sessão de votação, que poderia ocorrer nesta quinta, para a semana que vem. Nas contas dos governistas, há 47 votos a favor da prorrogação entre os 81 senadores – mas são necessários pelo menos 49.

Ministros envolvidos na negociação e o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiram a governadores e senadores com os quais conversaram nos últimos dias que, se não conseguirem reverter a posição de alguns parlamentares de partidos aliados e conquistar pelo menos dois ou três votos na oposição, o governo será derrotado.

De acordo com o relato de um governador e de um senador, o Planalto mostra sinais de desespero. E, no cenário de rejeição da CPMF, vê ameaça à avaliação do País nas agências internacionais de risco e ao próprio índice do risco Brasil, que tem andado abaixo dos 250 pontos – ontem estava em 226. É com base nesses argumentos que o governo ainda busca reverter, até terça-feira, uma situação que parece perdida.

O apelo é dirigido aos aliados, mas chegou também ao PSDB e ao DEM. ?O governo confia no civismo e na sensibilidade do PSDB?, declarou o senador Jefferson Péres (AM), líder do PDT, que ontem conversou com Mantega e garantiu o voto do senador Osmar Dias (PR), que estava relutante. ?O governo atendeu a tudo que o PDT pediu?, disse Péres. ?Haverá mais verba para a educação e um redutor de despesas de custeio, e a alíquota será reduzida ano a ano.?

Voltar ao topo