| Foto: Anderson Tozato |
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| FHC: cavalo de batalha. |
Porto Alegre – O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou ontem que continua favorável à reeleição para os cargos do Executivo, proposta que disse ter defendido já na época da Constituinte. Segundo FHC, a possibilidade de disputar um segundo mandato dá ao eleitor força para avaliar se quer ou não a continuidade do governo.
?Eu fui e continuo sendo favorável (à reeleição)?, comentou FHC, ao ser questionado sobre sua postura diante dos sinais favoráveis em seu partido ao fim da reeleição, com ampliação do mandato para cinco anos. ?Não vou fazer disso um cavalo de batalha, evidentemente?, acrescentou, pouco antes de reunir-se com a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), e seu secretariado para um almoço.
?Mas eu acho que é o sistema (reeleição) que funciona mais adequadamente?, reforçou, defendendo, no entanto, a correção de eventuais abusos ?dos que estão exercendo o cargo?. Para FHC, a legislação poderia até mesmo prever o afastamento do cargo. ?Os abusos decorrem da falta de crença no valor da democracia?, opinou. FHC disse não ter conhecimento sobre se o PSDB já foi procurado pelo governo para tratar da mudança na regra. Ele considerou ruim uma eventual nova alteração das normas eleitorais.
Sem conselhos
FHC evitou dar conselhos à governadora, que enfrenta dificuldades de relacionamento com seu vice, Paulo Afonso Feijó (DEM, ex-PFL), e ontem perdeu o PDT, que decidiu deixar sua administração. ?Há muito tempo não se tem equilíbrio nas contas públicas (do RS)?, avaliou. ?O que ela está tentando fazer, e vai fazer, é colocar isso em ordem?, prosseguiu FHC. Questionado sobre a possível renegociação das dívidas dos Estados, FHC respondeu que isso não resolveria a situação dos governos em dificuldade, já que a raiz do problema estaria no gasto excessivo, especialmente com aposentadorias e funcionalismo, conforme ele.
O ex-presidente disse ser favorável à CPI da crise aérea, que considerou uma soma de falta de investimento, de disciplina e ?uma certa ambigüidade na condução das coisas?. Ele observou, contudo, que não estava no Brasil quando a crise ocorreu. FHC será palestrante hoje, no final da tarde, no 20.º Fórum da Liberdade, em Porto Alegre (RS).