Falta de controladores de vôo no Brasil vai até 2010

A aviação civil brasileira terá de conviver por mais três anos com a falta de controladores de vôo. Mesmo com a inauguração do novo centro de formação em São José dos Campos (SP), no mês passado, a Aeronáutica conseguirá injetar no sistema de controle uma média de 300 novos sargentos por ano – sem contar os cerca de 500 que concluirão o curso preparatório até o fim deste ano. Pelos cálculos do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), refeitos durante a crise área que se instalou no País depois do acidente com o Boeing da Gol, em setembro de 2006, o déficit é de 1.500 profissionais.

Para se ter uma idéia do quadro atual, a Força Aérea Brasileira (FAB) dispõe de mais consoles (terminais para o monitoramento das aeronaves) do que pessoal treinado. ?Em equipamentos, nossa capacidade é muito maior do que o número de vôos existentes hoje no País?, afirmou o diretor-geral do Decea, major-brigadeiro Ramon Borges Cardoso. ?Não consigo mantê-los em funcionamento as 24 horas do dia e é isso que me dá a limitação.

Embora grave, o diagnóstico tem ajudado a FAB e as demais autoridades aeronáuticas a buscar alternativas para a crise. A primeira medida concreta, prevista para entrar em vigor até o Natal, é o redesenho da malha aérea. Mas o sucesso do plano não depende apenas da Aeronáutica. ?Se fala muito de controle de tráfego aéreo, mas há outros itens importantes, como infra-estrutura dos aeroportos e as próprias companhias?, pondera Cardoso. ?Se qualquer uma dessas pernas falsear, teremos um problema. Isso estava acontecendo e ainda está acontecendo. Não estamos com o sistema totalmente equilibrado.?

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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