Extração de madeira leva 18 à prisão

Brasília (AE) – Dezoito pessoas acusadas de integrar uma quadrilha especializada na extração ilegal e venda de madeira foram presas ontem, numa operação batizada pela Polícia Federal de ?Curupira 2?. A quadrilha, que agia em Mato Grosso e Rondônia, extraiu 4 milhões de metros cúbicos de madeira, destruindo 108 mil hectares de floresta. O custo de reparação da área foi estimado em R$ 320 milhões.

Iniciada na manhã de ontem, a operação mobilizou 105 policiais e 10 funcionários do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Entre os presos estão dois funcionários do Ibama, que tiveram a identidade preservada, despachantes e empresários.

O procurador da Advocacia-Geral da União, Elielson Ayres de Souza, afirmou que em cinco anos a quadrilha retirou ilegalmente 4 milhões de metros cúbicos de madeira, o que resultou na devastação de cerca de 108 mil hectares de floresta – uma área três vezes maior do que a devastada na Operação Curupira.

Souza informou que o custo de reparação dos estragos feitos pela quadrilha seria de R$ 320 milhões. ?O esquema usava seis empresas fantasmas. E a madeira era vendida em Ji-Paraná, em Rondônia?, afirmou Souza.

Ligação

A quadrilha agia no Mato Grosso e Rondônia. Um dos integrantes do grupo teve seu nome citado também na Operação Curupira, deflagrada em junho, que desbaratou uma quadrilha com modo de operar semelhante: usava documentos falsos para vender madeira extraída de forma ilegal.

O elo entre os dois grupos é um engenheiro florestal que conseguia, a partir do pagamento de propina para funcionários do Ibama, autorizações irregulares de planos de manejo. Tal certificado era usado para ?esquentar? madeira retirada de outras áreas, incluindo as indígenas. ?Numa das áreas de plano de manejo, constava a existência de mogno. Tudo irreal. A madeira era retirada de áreas indígenas e vendidas legalmente?, disse Souza.

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