Ex-comandante dá nota 5 para segurança em Congonhas

O ex-comandante da Aeronáutica, especialista em segurança de vôo Jorge Filipe Almeida Barros, deu nota 5, numa escala de zero a 10, para a segurança de pousos e decolagens no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.

Em entrevista ao programa Bom Dia Brasil, da TV Globo, Jorge Filipe disse que além do aspecto da falta de infra-estrutura na pista principal do aeroporto, a Aeronáutica precisa analisar a possibilidade de indecisão, dentro da cabine do avião da TAM, minutos antes da colisão com um prédio, no final da pista.

"É curioso a velocidade com que o avião se aproxima e flui sobre a pista", disse Jorge Filipe, referindo-se às imagens feitas pela Infraero, no momento do pouso do avião. Segundo ele, não é raro acontecer esse tipo de pouso, que pode ser corrigido pelo piloto, por meio de uma arremetida.

"A questão é que essa arremetida pelo vídeo demora muito a acontecer. Durante alguns segundos esse avião nem é freado, nem acontece a arremetida", observou. Jorge Filipe lembrou que quem pilota o avião é um computador para evitar que o piloto cometa erros grosseiros em algumas circunstâncias. "O que o piloto resolveu fazer e o que o automatismo permitiu precisa ser investigado para saber se a curva à esquerda foi acidental ou proposital".

Para Jorge Filipe não é necessária uma atitude radical de suspensão de vôos no aeroporto de Congonhas, em dias de chuva. "A cidade precisa muito desse aeroporto", afirmou. Para ele a alternativa seria dosar melhor a infra-estrutura do aeroporto de recursos técnicos para facilitar a operação de aviões, e principalmente reduzir a densidade de operações em Congonhas, que é muito elevada.

Segundo Filipe, existe uma rede de aeroportos secundários, administrados pelo governo de São Paulo, que podem ser aproveitados para diminuir o tráfego de Congonhas. Citou como exemplo os aeroportos de Sorocaba, Jundiaí e Bragança Paulista, "ligados a boas estradas de ligação" e que precisam apenas operar por instrumentos e ter um terminal de passageiros um pouco maior que têm hoje. "Seria uma solução para menos de um ano", afirmou.

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