Divergências entre Polícia Federal e procuradores

Brasília – Os três delegados da Polícia Federal e quatro procuradores da República, encarregados das investigações sobre as fraudes nos Correios, são da mesma faixa etária – todos têm menos de 35 anos -, sabem da importância da missão, mas não estão tão afinados na apuração do caso. Na última semana, as divergências táticas entre os dois grupos se mostraram evidentes em várias situações.

Procuradores e delegados tinham opinião diferente sobre a prorrogação da prisão do capitão José Santos Fortuna Neves (libertado quinta-feira), suspeito de ter participado da gravação que detonou o escândalo, e sobre buscas a uma empresa, em Belém. A repetição de alguns interrogatórios também expôs uma aparente desarticulação entre os investigadores.

?Nem todas as ações estão 100% (afinadas). Mas faço um balanço positivo destes 30 dias de investigação (entre PF e MP)?, afirmou o procurador da República Bruno Acioli, responsável pelo caso.

Para ele, as diferenças de método entre a Polícia Federal e o Ministério Público são naturais e não chegam a comprometer o resultado final das investigações.

Diferenças táticas à parte, delegados e procuradores – quase todos em início de carreira, mas já com experiências em casos de envergadura como Banestado, Gtech, Marka e FonteCindam, entre outros – estão fechados no propósito de esclarecer o mais cedo possível o suposto esquema de fraudes de afilhados do PTB do deputado Roberto Jefferson (RJ) nos Correios. As irregularidades foram apontadas numa conversa do ex-chefe do departamento de Contratação da estatal Maurício Marinho com dois arapongas disfarçados de empresários.

?Temos que aprofundar as investigações agora sobre os contratos para mapear a movimentação do dinheiro nessas transações?, disse o delegado Luís Flávio Zampronha.

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