Disputa pela Câmara fica pulverizada

  Arquivo / O Estado
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Câmara Federal: uma disputa
difícil, com muitos candidatos
e até agora imprevisível.

Brasília – O presidente interino da Câmara, José Thomaz Nonô (PFL-AL), negou ontem que tenha fechado acordo com o presidente do PMDB, Michel Temer (SP), para a disputa pela sucessão de Severino Cavalcanti. Nonô disse que já conversou com muitos parlamentares e que vai esperar até o meio-dia de hoje para registrar sua candidatura. Até lá, Nonô espera conquistar o apoio formal do PPS, do PV e do PDT, embora este último tenha candidato, o deputado Alceu Collares (RS).

O pefelista já tem o apoio do PSDB e do Prona. Ele não falou o número de deputados a quem já pediu voto, mas disse que ainda faltam muitos. O pefelista disse ainda que está fazendo uma campanha barata e que aposta o sucesso de sua candidatura na conduta de 23 anos na Câmara. ?Não tem banner, não tem sequer cartilha. Eu tenho 23 anos de Casa e vou colocar minha conduta parlamentar e a minha forma de conduzir a Mesa ao juízo dos meus companheiros. Essa não é e nunca será uma campanha de partidos, é uma campanha de pessoas?, afirmou.

O corregedor da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI), inscreveu ontem sua candidatura nesta feira se apresentando como a terceira via na disputa, já que a oposição apóia Nonô e o governo lançou Aldo Rebelo (PCdoB-SP). O PP tem três candidatos na disputa: além de Ciro, os deputados Jair Bolsonaro (RJ) e Francisco Dornelles (RJ) também registraram suas candidaturas. Certo de que poderá conquistar os votos do baixo clero, Ciro aposta que convencerá o partido a optar pelo seu nome: ?A nossa administração é neutra. Somos a terceira via para fazer a Casa andar?, afirmou.

Indagado se Severino Cavalcanti estaria disposto a trabalhar por sua candidatura e pedir votos no baixo clero, Ciro disse ter pedido ao amigo para não se envolver na campanha. ?O Severino é amigo, mas falei que ele não deve se envolver.? Já o deputado Francisco Dornelles deixou claro que não vai desistir da disputa, ao fazer o registro oficial na Mesa da Câmara nesta segunda: ?Recebi o apoio dos deputados do PP e vou levar meu nome ao plenário. Desconheço qualquer negociação contrária a esta decisão da bancada?.

A eleição deverá ser marcada pela pulverização. Com os três do PP, já são sete os candidatos registrados: João Caldas (PL-AL), Luiz Antônio Fleury (PTB-SP), Alceu Collares (PDT-RS) e Aldo Rebelo (PCdoB-SP). O deputado do PCdoB registrou ontem sua candidatura e disse que não irá desistir: ?Não tem volta?, afirmou. O grupo que apóia Aldo acredita que ele terá 180 votos e irá para o segundo turno.

Apesar de o candidato do PTB dizer que é quase impossível o partido apoiar Temer porque este só aceita a coalizão em torno de seu nome, o peemedebista disse que continua conversando com PL, PP e PTB em busca de apoio. Temer não escondeu sua insatisfação com o lançamento de Aldo como candidato do governo. Indagado se apoiaria alguém no segundo turno, Temer limitou-se a dizer: ?Eu vou conversar com o Nonô?. O prazo termina às 18h desta terça-feira. Até lá, governo e oposição vão continuar buscando o apoio dos demais candidatos.

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