Diretório nacional discute crise

São Paulo – Começou no início da tarde de ontem a reunião do diretório nacional do PT, em São Paulo. O encontro fechado à imprensa discutiu como o partido vai enfrentar a crise deflagrada pelas denúncias de corrupção nos Correios e de pagamento de mensalão a deputados da base aliada ao governo Lula e analisou as alianças com a base aliada. Apesar de não estar na pauta, a continuidade nos cargos do tesoureiro Delúbio Soares e do secretário-geral Silvio Pereira também foram assuntos da reunião.

Na porta do prédio, há faixas de apoio ao ministro demissionário da Casa Civil, José Dirceu, que teve seu nome envolvido nas acusações. Uma delas, assinada por militantes do PT, diz ?Companheiro José Dirceu, conte com a nossa confiança?. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) anunciou sua defesa de que o tesoureiro e o secretário-geral tenham licença remunerada para que no período de afastamento da direção do partido possam se defender e esclarecer as denúncias de que seriam os operadores do ?mensalão?, o pagamento de propinas a deputados do PP e PL, para o apoio ao governo Lula no Congresso. Outro defensor do afastamento de Delúbio e Silvio Pereira foi o deputado Chico Alencar (PT-RJ).

?Eles precisam de espaço e tempo para poderem se dedicar à defesa das acusações que são vitimas. Não estamos pedindo que eles se afastem porque acreditamos nas denúncias contra eles, mas eles precisam se dedicar à defesa e o melhor é que se afastem?, disse Chico Alencar, que faz parte das tendências de esquerda que desejam a saída de Delúbio e Silvio Pereira.

Porém, o Campo Majoritário, ao qual pertencem o presidente nacional do partido, José Genoino, e José Dirceu não quer a saída de Delúbio e Silvio e nem pretende colocar o assunto em discussão. Para Genoino, esse assunto não deveria sequer ser tratado na reunião. O grupo sugeriu análise das alianças com a base aliada, pedindo a manutenção das alianças inclusive com o PTB e a ampliação da aliança com o PMDB. A reunião trataria ainda do Processo de Eleição Direta para a presidência do PT em setembro.

Tendências de esquerda, como a de Valter Pomar, que também é candidato a presidente do partido, pediram mudanças na política de alianças e também na política econômica do governo Lula. 

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