Dilma Rousseff diz que falta uma oposição mais responsável

A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse, em entrevista ao programa Bom Dia Brasil, da TV Globo, que "é óbvio" que em determinado momento haja um acirramento dos ânimos entre o Executivo e o Legislativo, em torno da negociação para a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Para a ministra o motivo da tensão se justifica, porque a CPMF é um dos tributos mais importantes para o governo em relação a investimentos em programas sociais e principalmente no setor de saúde que terá um aumento significativo dos gastos. "É necessário que haja compreensão por parte dos senadores que esse é um tributo que beneficia diretamente os Estados", afirmou.

A ministra disse que o governo vem negociando e se não convenceu até agora é porque o País vive um sistema democrático. Ela lembrou que o governo se propôs a reduzir progressivamente a CPMF, de 0,38% para 0,30% até 2011, e de isentar o contribuinte que ganha até R$ 2.840. "Isso considerando que a CPMF é um tributo que dos tributos brasileiros é o menos regressivo. Ele incide mais sobre os mais ricos", ressaltou. "Se você considerar as pessoas físicas, 60% do tributo é pago pelos 10% mais ricos da sociedade. Cinqüenta por cento dos mais pobres pagam em torno de 1%", afirmou.

Segundo a ministra, a CPMF tem permitido maior controle sobre a sonegação e a lavagem de dinheiro. "Quando cruzaram os dois bancos de dados, da movimentação financeira com o pagamento do imposto de renda, se descobriu que dos 100 maiores contribuintes da CPMF, em torno de 62% nunca tinham pago imposto de renda", afirmou. O imposto permitiu também, segundo Dilma, que o governo faça um grande esforço para investir em infra-estrutura, citando a licitação para a construção da usina no Rio Madeira e a concessão de rodovias.

A ministra disse que no próximo balanço do governo, no dia 22 de janeiro, será possível mostrar o quando melhorou o desempenho de todos os setores. Quanto à oposição, para ela, o governo sempre esteve aberto à negociação e ao entendimento para a prorrogação da CPMF. "Eu acho que o que está faltando é termos uma oposição muito mais responsável. Porque responsabilidade da oposição é fundamental para a estabilidade institucional e política do País.

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