Despenca a avaliação positiva do governo Lula

Brasília – A avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva registrou uma piora significativa em outubro, chegando ao seu pior desempenho desde a posse, em janeiro, mostrou ontem uma pesquisa do Instituto Sensus encomendada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT).

Na opinião do presidente da CNT e vice-governador de Minas Gerais, Clésio Andrade (PL), a queda pode ser explicada por um conjunto de fatores, que vão desde a viagem da ministra da Assistência Social, Bendita da Silva, à Argentina com recursos públicos por motivos pessoais até a percepção de que o atual governo pode seguir um caminho muito parecido com o anterior.

A avaliação positiva do governo Lula caiu de 48,3 por cento em agosto para 41,6 por cento em outubro, enquanto a negativa subiu de 10,0 por cento para 12,3 por cento. A avaliação regular aumentou de 38,6 por cento para 42,3 por cento este mês.

“A avaliação ainda é alta. Provavelmente esta queda significativa se deve à morosidade das reformas, ao episódio Benedita e também ao fato de que as pessoas já começam a raciocinar em relação ao governo passado e ver que tudo pode ir caminhando para o mesmo lado”, disse Andrade a jornalistas, ao comentar os resultados da pesquisa.

“Há uma tendência de queda, a não ser que haja resposta. A população não vê muitas respostas, como na questão do emprego e a própria recessão”, acrescentou Andrade. Mesmo em seu pior índice, a avaliação positiva do governo Lula ainda é melhor que o nível mais alto atingido pelo governo do ex-presidente FHC em seus cinco últimos anos de mandato (1998-2002), quando atingiu o ápice de 33,3 por cento em março de 2001.

O governo Lula começou o mandato com uma aprovação positiva de 56,6 por cento da população. A popularidade do presidente também caiu. A aprovação do desempenho pessoal de Lula passou de de 76,7 por cento para 70,6 por cento, enquanto a desaprovação subiu de 16,2 por cento em agosto para 20,8 por cento.

A equipe de Lula também caiu no conceito dos brasileiros. De acordo com a pesquisa, a avaliação positiva dos ministros, secretários e presidentes de empresas estatais caiu de 47,9 por cento em agosto para 40,7 por cento.

Ligada a essas avaliações, a pesquisa mostra que a população está menos satisfeita com as ações do governo federal. Para 46,7 por cento dos entrevistados, a política econômica está sendo conduzida de maneira correta, frente a um total de 55,1 por cento que tinham a mesma opinião em agosto.

Na área social, a avaliação também caiu: em agosto, 55,8 por cento das pessoas acreditavam que o setor estava sendo administrado de maneira correta, porcentagem que caiu para 49,3 por cento.

A área política tem o pior índice das três pesquisadas, sendo aprovada por 43,6 por cento dos entrevistados.

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