Desabrigados em Alagoas recebem “Grito dos Excluídos”

Trabalhadores rurais sem-terra, sindicalistas e lideranças dos movimentos sociais realizaram na manhã de hoje a 16ª edição do Grito dos Excluídos em Alagoas. Pela primeira vez desde que foi começou a ser organizado, em 1995, o protesto foi realizado no interior do Estado, em um acampamento de desabrigados das enchentes. A cidade escolhida pelos movimentos sociais para sediar o protesto foi o município de Murici, a 55 quilômetros de Maceió.

Segundo os organizadores do movimento, o ato foi transferido para o interior do Estado com o objetivo chamar a atenção da população e das autoridades constituídas para as condições de miséria e falta de perspectivas das famílias de desabrigados das enchentes de junho deste ano, que assolaram praticamente todas as cidade dos Vales do Mundaú e Paraíba, na Zona da Mata de Alagoas.

Cerca de mil pessoas participaram da manifestação em Murici, que é a cidade natal do senador Renan Calheiros, candidato à reeleição com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os manifestantes se solidarizaram com as famílias atingidas pelas enchentes e cobraram do governo federal e estadual mais agilidade na construção de casas para as famílias que estão morando em abrigos improvisados e barracas de lona.

“Em todo o Brasil, o tema escolhido do Grito dos Excluídos deste ano foi: ‘Vida em primeiro lugar: Onde estão nossos direitos?’. Aqui em Alagoas, ocupamos às ruas de Murici para exigir das autoridades a reconstrução imediata das cidades devastadas pelas cheias e a construção de casas decentes, dentro de um projeto de habitação popular, com abastecimento de água, saneamento e eletricidade, além dos serviços de saúde, educação e assistência social”, destacou Carlos Lima, da coordenação do Comissão Pastoral da Terra (CPT).

Além da CPT, que pertence à Igreja Católica, participaram da organização do Grito dos Excluídos em Alagoas o Movimento dos Sem-Terra (MST), a Central Única dos Trabalhadores em Alagoas (CUT/AL), o Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinteal), partidos políticos de esquerda e outros movimentos ligados ao campo.

A manifestação começou na área das barracas instaladas pela Defesa Civil. De lá, os manifestantes percorreram várias ruas da cidade e foram até a Praça Padre Cícero, no centro de Murici, onde a manifestação foi encerrada no final da manhã.