Deputados réus do mensalão serão ouvidos neste mês

A Justiça marcou para os dias 17 e 18 deste mês, em Brasília, os interrogatórios dos deputados João Paulo Cunha (PT-SP), José Genoino (PT-SP), Paulo Rocha (PT-PA), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT), réus da ação penal do mensalão, aberta neste ano no Supremo Tribunal Federal (STF). A juíza da 10ª Vara Federal Maria de Fátima foi sorteada para ouvir os interrogatórios. Os resultados das audiências serão, depois, remetidos ao ministro do STF Joaquim Barbosa, relator da ação penal. Na próxima semana, será ouvido em Pernambuco o deputado cassado Pedro Corrêa (PP). Será o primeiro dos interrogatórios do mensalão.

Depois de ouvidos os cinco deputados e Corrêa, os interrogatórios serão retomados em janeiro. Na Bahia, onde devem ser ouvidos os publicitários Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes, os depoimentos foram marcados para o dia 16 de janeiro. Em São Paulo, onde serão interrogados, por exemplo, José Dirceu e Delúbio Soares, as audiências foram agendadas para os dias 23 e 24 do próximo mês.

Até o momento, os oito juízes encarregados dos interrogatórios marcaram 18 audiências. Faltam 22 interrogatórios. Depois disso, serão ouvidas as testemunhas de acusação e defesa. Nesta quinta-feira (6), os ministros do STF rejeitaram uma manobra ensaiada por nove réus, entre eles Marcos Valério, José Genoino e Delúbio Soares. Em recursos ao STF, eles pediam que todos os interrogatórios ficassem a cargo do ministro Joaquim Barbosa, o que atrasaria o andamento da ação. Os ministros, por unanimidade, rechaçaram o recurso e confirmaram que os juízes federais serão os responsáveis pelos interrogatórios.

Em outro recurso, o deputado cassado Roberto Jefferson (PTB) e o ex-tesoureiro do PTB Emerson Palmieri pediam que pudessem acompanhar os interrogatórios dos outros réus. Por isso, Joaquim Barbosa, referendado pelos demais ministros, determinou que as audiências não sejam marcadas para o mesmo dia em Estados diferentes. Esse cuidado para que os interrogatórios não coincidam ficará sob a responsabilidade do ministro relator. De acordo com Barbosa, que comunicará as datas aos réus, essa exigência não prejudicará o andamento da ação. "Isso não atrasará a ação. Tem que ser assim mesmo", afirmou. "A ação seguirá seu trânsito sem sobressalto", garantiu.

Voltar ao topo