Depoente diz na CPI que sistema de controle aéreo não cobre todo o país

Brasília – O funcionário do Instituto de Controle do Tráfego Aéreo (Icea) Vinícius Lanzoni Gomes pediu nesta quinta-feira (28) que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfego Aéreo investigue o contrato feito entre a Atech, empresa de tecnologia, e o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DCEA) para o desenvolvimento de um sistema de controle de fluxo de tráfego aéreo (ATFM).

Segundo Gomes, o sistema, que custaria US$ 12 milhões no total, estava sendo desenvolvido pelo ICEA e, nos últimos oito anos, foi transferido para a responsabilidade da Atech. "Cabe aos parlamentares ver até que ponto existe comprometimento da Atech com o DCEA", comentou hoje em depoimento à comissão.

Gomes afirmou que o sistema desenvolvido pela Atech não é eficiente e não cobre todo o país. "Só cobre localmente, não cobre remotamente", disse. Segundo ele, o Brasil, os usuários de transporte aéreo e os controladores de vôo saíram perdendo com a transferência do ICEA para a Atech no desenvolvimento desse software. "Todos perdemos muito. Agora, quem ganhou, não sei, tem de investigar", disse.

O deputado Ivan Valente (P-SOL-SP), autor do requerimento de convocação de Gomes à CPI, explicou que essa denúncia também foi feita ao Ministério Público do Trabalho de São Paulo. Segundo ele, o presidente da Atech precisa ser convocado para depor. "O programa todo custava US$ 12 milhões. Não sabemos quanto foi pago para a Atech não concluir esse programa em oito anos", comentou.

Depois do depoimento, Vinícius Lanzoni Gomes pediu proteção policial à CPI. Apesar de ter considerado o pedido "um exagero", o deputado Vic Pires (DEM-PA)informou que a Polícia Federal iria acompanhar o depoente até sua residência.

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