Cúpula do PT abre processo contra deputado

Brasília – O PT vai pôr na mira da comissão de ética o deputado João Fontes (SE) na segunda-feira (23), em reunião da executiva nacional. Atendendo à bancada petista da Câmara, os dirigentes abrirão um processo por indisciplina partidária, mesma acusação que recai sobre a senadora Heloísa Helena (PT-AL) e os deputados Luciana Genro (PT-RS) e João Batista de Araújo (PT-PA), o Babá.

Fontes irritou a cúpula petista ao divulgar uma fita de 1987 na qual o Luiz Inácio Lula da Silva chama indiretamente de “ladrão” o então presidente da República e hoje presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). É a primeira atitude mais drástica tomada pelo partido em relação à chamada “ala radical” petista.

Anteontem, Tarso Genro recomendou indiretamente que sua filha, a deputada Luciana Genro, deixe o PT. “Quem não concorda tem de sair do partido”, disse, em entrevista na sede do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon), em Porto Alegre. Tarso não citou o nome da filha, mas lembrou que três deputados – entenda-se Luciana, João Fontes (SE) e João Batista de Araújo, o Babá (PA) – têm posições diferentes das defendidas pelo PT e pensam em tomar outros rumos.

Força

Em conrtapartida, o Palácio do Planalto não quer ver o líder do PT, Nelson Pellegrino (BA), enfraquecido diante do colégio de líderes aliados e de oposição, sob pena de fragilizar as articulações no próprio governo na Câmara. Diante desta constatação e da preocupação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em fortalecer Pellegrino o mais rápido possível, o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), que opera em parceria com o petista, entrou em ação.

Foi este o cenário que levou João Paulo a organizar um jantar de desagravo para Pellegrino na residência oficial de presidente da Câmara. O encontro para homenagear o líder petista foi realizado na terça-feira e, além dos líderes, contou com a presença de quatro ministros de Estado. Para dar peso político à reunião, compareceram os ministros Olívio Dutra, das Cidades; Dilma Roussef, das Minas e Energia; Humberto Costa, da Saúde, e Ricardo Berzoini, da Previdência Social.

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