Criminosos do Rio passam a usar granadas em roubos

Com alto poder de destruição e de fácil fabricação artesanal, recentemente as granadas passaram a ser usadas em qualquer tipo de crime no Rio de Janeiro. Só no último ano, mais de 1.100 granadas de fabricação caseira e 450 industriais foram apreendidas pela polícia. Nos últimos dois meses, os artefatos foram usados em pelo menos sete assaltos. Na sexta-feira, quatro homens fizeram um arrastão usando granadas num prédio na Barra da Tijuca. Os bandidos fugiram e os moradores, apavorados, não souberam informar à polícia se as granadas eram de fabricação caseira ou industrial.

Segundo a titular da Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos (Drae), Márcia Becker, a granada causa mais temor às vítimas do que uma pistola. “Para o criminoso, ela se torna uma arma com maior poder de intimidação. A arma dispara um tiro de cada vez, pode não atingir a vítima e, mesmo se atingir, pode não matar. Já a granada pode matar mais gente num raio muito maior.”

Há duas semanas, um homem também usou um explosivo artesanal para manter a dona de uma farmácia refém numa tentativa frustrada de roubo. A polícia tentou negociar com o criminoso, que tirou o pino da granada duas vezes. O suspeito foi morto. A granada que ele usou era do tipo caseira: um corpo de ferro com pólvora dentro. No entanto, a espoleta (ou pino) era industrial. Os estilhaços do artefato poderiam atingir pessoas num raio de 8 metros e matar quem estivesse no local.