CPMI suspeita que Berzoini sabia de tudo

  Roosewelt Pinheiro / ABr
Roosewelt Pinheiro / ABr

Brasília (ABr) – Quatro sub-relatores da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas – os deputados Júlio Delgado (PSB-MG), Vanessa Graziotin (PCdoB-AM), Paulo Rubem Santiago (PT-PE) e Carlos Sampaio (PSDB-SP) devem se reunir amanhã com o delegado da Polícia Federal (PF) Diógenes Curado.

O delegado é o responsável pelas investigações da negociação de um dossiê que associaria políticos do PSDB à compra de ambulâncias por preços superfaturados. A reunião deve acontecer em Cuiabá, capital do Mato Grosso.

Sampaio, que é sub-relator de Sistematização da CPMI, disse que levará ao encontro um cruzamento de informações do inquérito da PF, do banco de dados das CPMIs dos Correios e dos Sanguessugas e de notícias divulgadas pela imprensa. O levantamento foi feito pelo deputado e por técnicos da comissão na madrugada de quinta para sexta-feira.

Na avaliação dele, o ex-presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, está envolvido direta ou indiretamente com a negociação do dossiê. ?Tenho certeza que Berzoini sabia de tudo, porque esse organograma mostra que as pessoas envolvidas na compra do dossiê tinham ligação direta ou indireta com ele. Não tem como ele não saber?.

Sexta-feira, Berzoini se licenciou da presidência do partido, cargo que ocupava desde o início do ano. Em entrevista coletiva na sede do PT, em São Paulo, ele afir-mou não ter ?qualquer temor? em relação a ?qualquer investigação?.

Segundo o deputado tucano, o ex-coordenador da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva também tinha conhecimento da origem do dinheiro supostamente usado para a compra do documento. ?Na medida em que ele não perguntou a nenhum dos envolvidos a origem do dinheiro, e não fez um movimento para apurar responsabilidades, é porque sabia de tudo?, disse, acrescentando ter ?convicção? de que o montante é ?de origem ilícita?.

O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), que também é sub-relator da CPMI, pondera que as investigações tanto da negociação do dossiê como dos envolvidos no esquema de compra superfaturada de ambulâncias deve ser feita com cautela. ?Este é um momento de muita tensão por causa da disputa presidencial envolvendo o PT e o PSDB. É preciso ter muita tranqüilidade para não deixar as investigações tomarem outros rumos?.

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