CPMI dos Correios quer ouvir Caixa, INSS e BMG

O presidente da CPMI dos Correios, Delcídio Amaral (PT-MS), considera "absolutamente necessário" ouvir representantes da Caixa Econômica Federal (CEF), do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) e do Banco de Minas Gerais (BMG) a despeito do relatório preliminar do Tribunal de Contas da União (TCU) que aponta indícios de irregularidades entre operações envolvendo essas instituições.

Brasília – "Acho que é absolutamente necessário que se ouça a CEF, o BMG e o INSS para que a gente tenha um equilíbrio nas investigações e entenda por que foi feita essa operação, para que a gente não venha cometer nenhuma injustiça", disse. De acordo com um ofício encaminhado à CPMI pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR), a auditoria do TCU aponta para problemas de gestão que teriam começado no INSS.

De acordo com o senador paranaense, o órgão teria firmado convênio com o BMG, "afrontando a instrução normativa interna que limitava os créditos consignados apenas às entidades pagadoras de benefícios previdenciários".

Durante entrevista à Rádio Eldorado, ontem, Delcídio rechaçou a possibilidade de ser apresentado um relatório paralelo ao do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR). "Relatório paralelo não existe, não é previsto regimentalmente", afirmou, acrescentando que "quando surge um relatório paralelo, isso representa uma total falta de coordenação e a inviabilidade de a CPMI apresentar efetivamente resultados."

Delcídio assegurou que a comissão terá um final conclusivo, diferentemente da CPI da Compra de Votos. Ele afirmou que apresentará um relatório final que mostrará o que as investigações revelaram, independentemente dos envolvidos. "Apresentaremos propostas que não só venham a fazer com que o Congresso e o Ministério Público tomem providências, mas também que a CPMI venha a ser uma comissão propositiva, que não só apure as irregularidades, mas que apresente mudanças na Legislação para evitar a repetição desses acontecimentos", destacou.

"Acordão é inadmissível", afirmou o senador sobre um acordo entre os partidos envolvidos nos escândalos para evitar cassações. Para Delcídio, os parlamentares não podem perder a oportunidade de mostrar que podem ter credibilidade junto à população. "A CPMI pode representar uma saída para a crise, e nós não podemos perder mais essa oportunidade", ressaltou.

A CPMI dos Correios agendou 11 depoimentos para a próxima semana. Na terça-feira, a sub-relatoria de Normas de Combate à Corrupção, presidida pelo deputado Onyx Lorenzoni (PFL-RS), ouve, a partir das 10h, o presidente do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), Antônio Gustavo Rodrigues, que dará informações sobre movimentações financeiras suspeitas da empresa SMPB, do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza.

Às 14h30, a mesma sub-relatoria ouve o diretor de Normas e Organização do Sistema Financeiro do Banco Central (Dinor-Bacen), Sérgio Darcy da Silva Alves, que vai esclarecer aos parlamentares sobre as formas previstas na atual legislação para coibir a lavagem de dinheiro do país. Ambos foram convidados para comparecer à CPMI a fim de auxiliar os trabalhos da comissão.

Voltar ao topo