CPI do Lula depende de Calheiros

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), decide na próxima terça-feira o destino da CPI do Lula. O requerimento com 34 assinaturas de senadores para criar a nova CPI foi apresentado quarta-feira pelo senador Almeida Lima (PMDB-SE). O pedido prevê a investigação de cinco fatos específicos que envolvem a família do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e suas relações com o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, e por isso há dúvidas sobre a validade do requerimento.

Renan vai resolver se o requerimento precisa ser analisado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. O presidente do Senado poderá, no entanto, decidir ele próprio sobre a validade do requerimento. O mais provável é que Renan deixe a CCJ se pronunciar sobre o pedido para instalar a CPI do Lula.

O requerimento lista cinco fatos que serão apurados pela CPI, no prazo de seis meses. O primeiro deles pede a apuração da violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa junto à Caixa Econômica Federal. Em seguida, a nova CPI propõe que seja investigada a relação entre Paulo Okamotto e o presidente Lula. Okamatto, que foi tesoureiro de campanhas petistas e é amigo de Lula, teria pago uma dívida de R$ 29,4 mil do presidente com o PT.

O requerimento também prevê a apuração da relação de Fábio Luiz Lula da Silva, filho do presidente da República, com a Telemar. A empresa de telefonia comprou ações da Gamecorp, que é de propriedade de Fábio Lula, por R$ 5 milhões. A nova Comissão de Inquérito quer ainda apurar o eventual tráfico de influência de familiares do presidente Lula. O requerimento cita o caso de um irmão do presidente, Genival Inácio da Silva, conhecido como Vavá, que teria tentado intermediar demandas de empresários junto a estatais.

Por último, o requerimento da CPI do Lula quer investigar a origem e o destino dos US$ 100 mil encontrados na cueca do assessor parlamentar José Adalberto Vieira da Silva, no ano passado. José Adalberto era assessor do deputado petista do Ceará José Nobre Guimarães, que é irmão do ex-presidente do PT José Genoino.

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