Costa Neto acusa ex-mulher de extorsão

O líder do PL na Câmara, Valdemar
Costa Neto, parte para o ataque.

Brasília – O líder do PL na Câmara, Valdemar Costa Neto (SP), acusou de tentativa de extorsão a ex-mulher, Maria Christina Mendes Caldeira, que afirmou ter presenciado atividades ilícitas dele durante o tempo em que estiveram casados. Costa Neto apresentou um e-mail, enviado pela advogada de Maria Christina que cuida do processo de divórcio, em que ela pede R$ 900 mil para pôr fim aos processos judiciais. O partido entrou com um pedido para que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) faça auditorias nas contas da legenda.

O texto do correio eletrônico propõe um acordo, mas ele afirma que se trata de uma chantagem, uma vez que apenas ele processa Maria Christina. ?Eu não faço acordos com ela. Ela terá de provar tudo que disse?, afirmou. Costa Neto negou que a ex-mulher saiba qualquer coisa da atividade política dele. ?Eu nunca conversei esses assuntos na frente dela. Tinha uma sala só para mim, onde fazia as reuniões. Ela nunca viu nada. O que quer são cinco minutos de fama?, disse.

Maria Christina separou-se do presidente nacional do PL em junho de 2004. Na época, havia acusado Costa Neto de usar dinheiro da sigla em proveito próprio e agora voltou a dizer que a casa onde moravam foi mobiliada com dinheiro da agremiação, irregularmente.

A ex-mulher também diz que o presidente nacional liberal e o tesoureiro nacional do PT, Delúbio Soares – acusado de fazer o suposto pagamento de mesadas para deputados, o ?mensalão? -, encontravam-se pelo menos três vezes por semana, a maioria das ocasiões na casa que Costa Neto dividia com Maria Christina.

O presidente do PL disse ontem que Soares nunca foi a sua casa e que a ex-mulher não tem nada o que contar. Costa Neto confirmou que os móveis da residência, que é alugada em nome da agremiação para uso dele, foram comprados com recursos partidários, mas provenientes de uma conta que reúne doações dos parlamentares. ?Está tudo declarado ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Eu tenho todas as notas e todos os móveis fotografados?, disse.

O presidente do PL apresentou um dossiê contra Maria Christina. Reuniu cópias dos processos que move contra a ex – sete, todos por calúnia e difamação – e de outros inquéritos em que ela esteve envolvida. São ações de despejo por falta de pagamento e uma ameaça feita a um vizinho numa briga por causa de uma vaga de garagem num prédio em que Maria Christina morava em São Paulo.

Costa Neto garantiu ainda que entrará com outro processo contra Maria Christina e acusou de fantasia a afirmação dela de que o governo de Taiwan fez contribuições para a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Maria Christina revelou ter presenciado as negociações porque serviu de tradutora de inglês durante a viagem que o deputado do PL de São Paulo fez a Taiwan. O tradutor teria sido, de acordo com Costa Neto, um taiwanês chamado Jaime Wu. ?O governo de Taiwan nunca contribuiria para o governo Lula, que tem relações com a China?, afirmou.

?Jefferson quis proteger PTB?

Brasília – O presidente do PL, deputado Valdemar Costa Neto (SP), encontrou mais uma explicação para o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) ter envolvido seu partido nas denúncias de recebimento de mesadas – os ?mensalões? – por deputados: evitar que parlamentares deixassem o PTB, envolvido em denúncias de desvio de recursos nos Correios e no Instituto de Resseguros, e se abrigassem no PL e no PP.

Ontem, o deputado afirmou que Jefferson decidiu fazer as denúncias para segurar os parlamentares. Segundo Costa Neto, integrantes do PTB teriam pedido a Jefferson que saísse da presidência do partido logo que apareceu a fita com denúncias nos Correios, mas Jefferson pediu mais uns dias. ?Disseram a ele que iria haver uma debandada para o PL e o PP e ele disse: ?não vai não. Eu vou carregar os dois para o buraco com a gente?. E foi isso que ele fez. Os deputados agora querem sair e não têm para onde correr?, disse.

Costa Neto afirmou, ainda, que o processo de cassação de Jefferson já deveria ser encaminhado ao plenário porque não há dúvidas que ele quebrou o decoro parlamentar.

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