Declaração polêmica

“Conversinha mole de ‘ficar em casa’. Isso é para os fracos”, minimiza Bolsonaro

Presidente Jair Bolsonaro. Foto: Alan Santos / PR

Em evento no norte de Mato Grosso nesta sexta-feira (18), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a minimizar a Covid-19 e parabenizou os produtores agrícolas que não ficaram em casa durante a pandemia e “não entraram na conversinha mole de ficar em casa”.

“Vocês não pararam durante a pandemia. Vocês não entraram na conversinha mole de ‘fica em casa’. Isso é para os fracos”, disse a uma plateia de produtores rurais e apoiadores em Sorriso, no norte do estado.

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O Brasil soma cerca de 4,5 milhões de casos de Covid-19 e mais de 135 mil mortos. A curva de novas mortes e novos casos tem se reduzido gradualmente no último mês.
Aos gritos de “mito!”, Bolsonaro participou da entrega simbólica de títulos de propriedades rurais a agricultores familiares da região, no aeroporto Adolino Bedin, em Sorriso.

Antes, o presidente fez parada em uma inauguração simbólica de uma fábrica de etanol de milho, que funciona há mais de um ano no município de Sinop. Lotado de apoiadores envoltos em bandeiras do Brasil, o evento foi considerado uma homenagem do setor ruralista ao presidente.

Mato Grosso, que viveu um surto tardio da doença, mais forte a partir de maio, hoje tem um cenário de estabilidade na disseminação do coronavírus. O estado já registrou mais de 110 mil casos e 3.000 mortos.

Desde o início da crise mundial do coronavírus, Bolsonaro tem dado declarações nas quais busca minimizar os impactos da pandemia e, ao mesmo tempo, tratar como exageradas medidas tomadas no exterior e por governadores brasileiros.
Ele também provocou aglomerações, muitas vezes sem uso de máscara recomendada para evitar o contágio da Covid-19.

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Infectado pelo novo coronavírus em julho, o presidente divulgou que se tratou com a hidroxicloroquina, medicamento sem efeito comprovado para a doença e com efeitos colaterais associados a seu uso.

Dois ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, já saíram do cargo após discordâncias com Bolsonaro, que também entrou em conflito com governadores e prefeitos.

Em abril, quando o Brasil ultrapassou a China no número de mortos, Bolsonaro foi questionado sobre isso e respondeu: “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre​”.

Assim que o Brasil chegou a 100 mil mortos, Bolsonaro disse que lamenta “cada morte, seja qual for a sua causa, como a dos três bravos policiais militares executados em São Paulo”, citando policiais mortos após uma falsa abordagem.