Contaminação afeta subsolo de cemitérios em São Paulo

O subsolo de dois grandes cemitérios de São Paulo – Vila Formosa, na zona leste, e Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte – está contaminado por necrochorume, líquido que vaza na decomposição dos cadáveres. Esse líquido começa a ser eliminado um ano após a morte e pode transmitir doenças, devido à sua carga biológica perigosa, de vírus e bactérias. Em geral, cada corpo produz diariamente 200 mililitros de necrochorume, por pelo menos seis meses.

De acordo com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), ligada à Secretaria Estadual do Meio Ambiente, as áreas onde estão os cemitérios de Vila Formosa e Vila Nova Cachoeirinha estão classificadas como suspeitas de contaminação desde 2006. A Cetesb aguarda que o Serviço Funerário Municipal envie estudos complementares para confirmar essa suspeita e o grau de contaminação.

“O Serviço Funerário do Município de São Paulo já iniciou a elaboração técnica do edital para a contratação de empresa que irá realizar a análise do solo dos dois cemitérios, em conjunto com Cetesb e Secretaria do Verde e do Meio Ambiente. Até o fim do semestre, o Serviço Funerário vai iniciar esses trabalhos”, informou nota enviada pela Prefeitura.

Entretanto, o processo para realização da licitação está parado desde 5 de novembro de 2009. A demora levou a promotoria do Meio Ambiente do Ministério Público Estadual a cobrar agilidade. Em 1º de março foi enviado ofício pedindo a reinstalação de poços de monitoramento do subsolo e coleta de amostras químicas e físicas em Vila Formosa e Vila Nova Cachoeirinha.

“O Serviço Funerário chegou a fazer investigação do solo em 2008, mas, durante os trabalhos, normas técnicas foram alteradas, o que criou a necessidade de novas investigações”, defendeu-se a prefeitura. “Até o fim desta, não há como determinar ou especificar eventuais contaminantes.”

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