Ciro critica “baixo nível” de São Paulo

Recife – O ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, previu ontem que "o provincianismo de baixo nível da política de São Paulo" vai impor, lamentavelmente, um "debate quente" na campanha eleitoral pela sucessão presidencial, que ele acredita terá o presidente Lula (PT) tentando a reeleição de um lado e o PSDB com apoio do PFL do outro. "Ai deles se vierem combater conosco no campo moral", avisou ele, em entrevista coletiva, no Recife, onde participou de seminário nacional de administração de obras públicas.

"Falhamos no campo ético, temos que dar conta disso", reconheceu o ministro. "Mas a gente se desculpa rapidinho e vamos cobrar a conta deles." Entre as cobranças a serem feitas, ele citou o fato de o prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), ter transferido para o Banco Itaú as contas da Prefeitura que eram do Banco do Brasil e Banespa. "O presidente Fernando Henrique Cardoso, no limite da irresponsabilidade, pilotou a privatização das comunicações", continuou. "E como explicar a compra de votos para a reeleição?"

No campo da economia, Ciro Gomes considerou que o governo anterior está em desvantagem. "Patrocinou três quebras da economia nacional em oito anos, levou-nos à intervenção do Fundo Monetário por nove anos; patrocinou o maior rombo em contas externas do Brasil e teve a menor taxa de crescimento da economia nos últimos cem anos."

No aspecto da "governança", o ministro destacou que "essa gente" entregou o País sob o apagão, com 37 mil quilômetros de estradas destruídas e o maior rombo da Previdência Social da história do Brasil.

O ministro considerou que o País vai sair melhor da crise política e denúncias de corrupção "no sentido de que a população alimentou ilusões produzidas involuntariamente, crê ele, pelo PT, que deixou as pessoas acreditarem em um governo de anjos, o que é incompatível com o que existe na humanidade". Ele também comentou a situação do deputado federal e ex-chefe da Casa Civil, José Dirceu, que, ao seu ver, já está "prejulgado", embora não tenha nenhum tipo de evidência das graves acusações levantadas contra ele. "Não o estou defendendo, é uma constatação", disse o ministro. "Como ele próprio afirmou, me parece ser um assassinato de véspera pelo conjunto da obra, porque vêem nele a coluna dorsal que viabilizou a vitória do PT e do presidente Lula."

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