Florianópolis – A rodovia BR-101 está interditada nas proximidades de Maracajá, região Sul de Santa Catarina, devido ao transbordamento do Rio Araranguá, em razão da forte chuva que castiga a região há dois dias. A enxurrada, acompanhada de fortes ventos, é causada por um ciclone extratropical que está se aproximando da costa litorânea do Sul catarinense.
A interdição da rodovia, principal acesso entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina, provocou congestionamento nos dois sentidos da pista. A Polícia Rodoviária não sabia ontem informar sobre a liberação da pista, ressaltando que a interdição é devida à alta lâmina de água que tomou conta da estrada a partir das 16h. Na região, os municípios de Araranguá e Maracajá são os mais atingidos pela influência do ciclone. Oitenta famílias ficaram desabrigadas e várias pontes e estradas foram danificadas pela chuva forte.
A região de Santa Catarina é a mesma que há cerca de um mês foi atingida pelo furacão Catarina, que deixou mais de 100 municípios destruídos. A Defesa Civil informou que o tempo chuvoso, acompanhado de ventos fortes vai permanecer até amanhã, quando está prevista a entrada de uma massa de ar frio que deve baixar de forma intensa as temperaturas em todo o Estado. O prefeito de Laguna decretou ontem situação de emergência no município, também localizado no Sul do Estado.
Em Brasília, a Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), do Ministério da Integração Nacional, emitiu, novo aviso às coordenadorias da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e São Paulo, mantendo o alerta do dia anterior sobre a formação do ciclone extratropical que poderá provocar ali, chuvas e rajadas de vento de forte intensidade. A Sedec continua advertindo que, até o fim da semana, é desaconselhada qualquer atividade pesqueira e de lazer no mar do Sul.
Segundo Cristina Lourenço, meteorologia da Sedec, o ciclone em formação causará até amanhã, em Santa Catarina, precipitações que podem chegar a 100 milímetros. Os ventos ao longo do litoral catarinense poderão registrar rajadas de até 80 quilômetros por hora, aumentando também o risco de deslizamentos de morros e encostas , pois o solo está saturado pelas chuvas dos últimos dias.
Segundo a meteorologia, persiste o alerta de ressaca, podendo as ondas chegar até a quatro metros de altura, no litoral, e a cinco metros em alto-mar. A previsão é de que, a partir da tarde de sábado, o tempo melhore e as chuvas se reduzam. Para o Rio Grande do Sul e o Paraná, o alerta, a previsão e a orientação são os mesmos.