Cheia do rio Negro não deve alcançar recorde de 2009

A cheia do rio Negro não deve alcançar o recorde de 2009, quando o rio mediu 29,77 metros. A previsão da cheia neste ano indica um nível máximo entre 27,51 metros e 28,25 metros (média de 27,88 metros). A previsão foi feita hoje pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), na divulgação do primeiro alerta de cheia do ano.

De acordo com a Defesa Civil do Estado do Amazonas, já há três municípios da calha do Juruá (Guajará, Ipixuna e Eirunepé) em situação de emergência. Os municípios foram afetados pelo fenômeno La Niña, que ocasionou chuvas intensas e consequente a elevação do nível do rio. “São quatro mil famílias atingidas e desde ontem, uma equipe nossa está em Cruzeiro do Sul, no Acre, como base para providenciar ajuda aos três municípios”, disse o secretário-executivo da Defesa Civil, coronel Roberto Rocha.

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e o Instituto Max Planck de Química também divulgaram estudo apontando uma cheia dentro da média este ano. Contudo, segundo o estudo, a chamada amplitude do rio chama a atenção. A amplitude é a diferença entre o atingido pelo rio durante a cheia de um ano e a vazante do ano seguinte.

Segundo a pesquisa, em relação ao nível mínimo do ano passado, o Negro já encheu 11,10 metros, mais do que a média de 10,2 metros registrada nos últimos 108 anos, e ainda restam ainda três meses para o rio continuar enchendo.

Os dados foram baseados em um modelo que prevê cheia para a região de Manaus e arredores de até 100 quilômetros de raio. Se a previsão se confirmar, a amplitude do Negro poderá alcançar um valor entre 13,88 metros e 14,62 metros. Se ocorrer, será a maior amplitude já observada desde que iniciou o monitoramento dos níveis de água pelo CPRM, em 1902.

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