Cassol diz que deputados estão de olho em eleições

Porto Velho – O governador de Rondônia, Ivo Cassol (PSDB), afirmou lamentar que ?representantes do povo? usem o momento de crise política no Estado de olho nas eleições de 2006.

A troca de farpas entre Cassol e a Assembléia Legislativa cessaram na noite de quarta-feira, quando foi determinada a perda de mandato temporária – por 30 dias, sem direito a salário – dos sete deputados acusados de pedir propina em reportagem exibida no programa ?Fantástico?, da Rede Globo de Televisão.

Mesmo assim, não há trégua na guerra política travada no Estado. Ontem, durante todo o dia houve troca de acusações entre o PT e ele, nas rádios.

Cassol irritou-se porque a senadora Fátima Cleide (PT) integra a comissão do Senado encarregada de apurar as denúncias contra os deputados acusados de cobrar propina e ele. Além de Cassol, estão na comissão os senadores Amir Lando (PMDB-RO), Arthur Virgílio (PSDB-AM), líder do partido, Augusto Botelho (PDT-RR), Demóstenes Torres (PFL-GO) e Magno Malta (PL-ES).

Os senadores Sibá Machado (PT-AC), Romeu Tuma (PSL-SP) e Heloisa Helena (Psol-AL) são suplentes.

Cleide afirmou que o governador tenta resumir as acusações contra ele à disputa eleitoral que acontecerá em 2006 e que, por isso, cria um clima de insegurança e ?compra briga com todo mundo?. Ela também adiantou que não renunciará ao mandato, como foi sugerido ontem por Cassol. ?Desde o início, meu governo atuou com transparência e assim será durante todo o meu mandato?, respondeu Cassol.

Cleide contra-atacou, citando que é o governador  quem está em campanha antecipada. ?Quem está agindo assim e desviando dinheiro público para pagar aviões e helicóptero para passear pelo Estado é ele, como diz o Ministério Público (MP). Estou nessa comissão para defender Rondônia. Não há nada contra mim, mas não se pode dizer a mesma coisa dele?, alegou.

Ontem pela manhã, foi instalada a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) proposta pelo deputado Nereu Klosinski (PT) para apurar denúncia de desvio de dinheiro na Secretaria de Educação. O presidente é o deputado Deusdete Alves (PDT) e o relator, o deputado Doutor Carlos (PT).

?A denúncia é séria, e não tem nada a ver com eu ser ou não do PT. Cassol deve é se explicar. Fica dizendo que sua administração é transparente, mas como contratou 118 familiares seus e de sua esposa, o povo diz que seu governo é ?traz parente?. Ainda diz que cunhado não é parente?, afirmou Klosinsk.

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