Carta pede união do PCC contra o governo

Araçatuba, SP (AE) – Foi encontrada uma carta na Penitenciária de Segurança Máxima de Valparaíso, a 585 quilômetros de São Paulo, na qual a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) agradece seus integrantes pelas rebeliões e ataques de maio e pede a eles união para ?dar a volta por cima? e enfrentar ?esse governo tirano e opressor?.

A carta, cujas cópias foram enviadas ao Ministério Público, Secretaria de Administração Penitenciária e Vara das Execuções Criminais, foi encontrada dentro do caderno de um dos detentos durante a transferência dos presos da penitenciária. O prédio ficou vazio para obras de reconstrução depois que uma rebelião destruiu praticamente todas suas dependências.

Na correspondência, alguém que assina por ?Sintonia Geral? (uma espécie de líder máximo da facção) lamenta as mortes de ?irmãos e companheiros?, mas avisa que vai continuar lutando. ?Entre tantas perdas irreparáveis, estamos vivendo um momento difícil onde temos que ser inteligentes e capacitados para darmos a volta por cima e mostrarmos para esse governo tirano e opressor que somos inteligentes e fortes e, acima de tudo, somos unidos e unidos venceremos?, diz um trecho do comunicado.

Em outro trecho, a carta diz que os ataques e rebeliões de maio serviram para acordar as autoridades e fortalecer ainda mais a facção. ?Tudo isso que estamos vivendo nos fortalecerá cada vez mais no intuito de que os órgãos competentes e autoridades acordem e saibam que independente de estarmos presos não deixaremos de existir?.

A carta ainda pede aos detentos que mantenham a disciplina nos presídios e rezem em respeito aos ?irmãos e companheiros? mortos e crítica os governantes ?que só pensam em seus interesses próprios? ao construir cadeias sem condições para que os presos cumpram a pena. ?Devemos ser tratados como seres humanos e não como monstros que nos pintam para a sociedade e que fomos capazes de acordar qualquer autoridade para que cumpram nossos direitos de cidadão condenado e não sermos a escória?.

CPI quer direcionar imposto sobre teles para presídios

Brasília (AE) – Parlamentares da CPI do Tráfico de Armas apresentarão, na próxima terça-feira, uma proposta oficial de liberação dos recursos do Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel) para implementação de uma nova política de segurança pública nos presídios brasileiros. O fundo é composto por recursos cobrados em impostos das operadoras de telecomunicações.

Segundo o deputado Júlio Semeghini (PSDB-SP), da Frente Parlamentar de Informática, a idéia é usar os recursos para criar estruturas mais modernas de monitoramento dos meios de comunicações nos presídios. ?Cada tipo de presídio precisa de um projeto diferente?, explicou Semeghini, que participou do Seminário ?Telecomunicações para Inclusão Social?, promovido pelo Painel Telebrasil.

Primeiro, seria preciso transformar a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) no órgão responsável pela certificação e homologação dos equipamentos a serem instalados nos presídios. Com isso, haveria um padrão nacional de monitoramento e bloqueio dos sinais de celulares. Pelo projeto, cerca de 25% dos recursos do Fistel, liberados pelo governo federal e repassados para os governos estaduais, custeariam a instalação e manutenção desses sistemas. Em 2006, o fundo arrecadará aproximadamente R$ 2 bilhões.

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