Rio
– Um conflito de traficantes deixou 12 homens mortos entre a noite de anteontem e madrugada de ontem na Ilha do Governador, zona norte do Rio. Um 13.º corpo foi encontrado carbonizado no morro do Dendê, durante a manhã, mas a polícia ainda investiga se há ligação com a guerra do tráfico. Uma menina de 11 anos foi ferida de raspão por uma bala. Ela estaria no morro, dentro da casa de um traficante que seria seu tio, quando foi atingida. Eliane Silva Magalhães, a menina, foi atendida no Hospital Paulino Werneck, na Ilha.O motivo dos crimes seria a disputa pela liderança do tráfico de drogas no complexo do Dendê. Sete dos corpos foram encontrados dentro de uma Kombi na estrada de Tubiacanga. Três corpos foram localizados no morro. Um outro estava dentro de um Palio, que havia sido roubado, na Rua Arujá. Outro corpo foi localizado na Ilha do Fundão. Segundo a polícia, irmãos de Ronaldo Souza Costa, acusado de chefiar o tráfico no Dendê, teriam atacado homens ligados a um traficante identificado como Noquinha. Costa foi preso no último domingo e Noquinha trabalharia como seu gerente.
Os corpos foram identificados. Entre os mortos estão Roberto Silva Melo, de 29 anos Bruno dos Santos Macedo, de 19 anos, e Michel Bezerra Rayol, de 24 anos. A PM realizou rondas na região, mas não ocupou o morro. A polícia apreendeu 5,5 quilos de maconha durante as operações no Dendê. A polícia acredita que, com medo de que Noquinha tentasse dominar o local após a prisão, irmãos de Costa atacaram homens ligados ao traficante.
O delegado José Pedro Costa da Silva, da delegacia da Ilha do Governador, atribui aos traficantes Marcelo Russo, Fernandinho e Edson Francisco Alves – o Bizulai -, a emboscada que provocou a chacina. Segundo ele, foi uma dissidência entre criminosos.
Parte do comércio da Ilha do Governador fechou as portas. A ordem teria partido de traficantes do Morro do Dendê. O comandante do 17.º BPM (Ilha do Governador), coronel Da Silva, disse que as operações no morro serão diárias.